Presidente de Cuba diz que Bolsonaro foi soberbo e insensível

Líder cubano homenageou médicos que retornaram do Brasil.

Cuba

Miguel Díaz-Canel, afirmou que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, atuou de forma “soberba e insensível” ao questionar o profissionalismo dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. “Não tínhamos outra opção a não ser retirar Cuba do programa”, disse ele durante a cerimônia de homenagem aos profissionais que retornaram a Havana. “Era impossível ficarmos de braços cruzados diante um governo incapaz de entender que nossos médicos chegaram ao seu País motivados pela vontade de servir ao povo.”

Díaz-Canel confirmou o retorno de mais de 7,6 mil cubanos. Cerca de 800 cubanos optaram por permanecer no Brasil. “Durante a despedida, todos receberam lágrimas e abraços dos milhares de brasileiros de coração nobre e valores humanos superiores ao do novo presidente.” O presidente cubano reiterou que os serviços médicos de Cuba “chegaram a lugares esquecidos pelos serviços médicos seletivos do capitalismo selvagem que Bolsonaro”.

Além do Brasil, outros 66 países receberam médicos cubanos. Segundo Miguel Diaz-Canel, quando em 14 de novembro o seu governo decidiu não participar mais no programa "Mais Médicos", estavam trabalhando no Brasil 8.471 médicos, tendo completado a sua missão 7.635, que representavam mais de 90% do total. O presidente cubano sublinhou que o trabalho dos médicos da ilha, em locais de extrema pobreza nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e nos 34 distritos especiais indígenas, especialmente na Amazónia, foi amplamente reconhecido por governos federal, estadual e municipal, bem como pela população brasileira.

O líder cubano acrescentou que nos cinco anos de trabalho no programa criado pela ex-presidenta Dilma Rousseff cerca de 20 mil colaboradores cubanos atenderam mais de 113 milhões de pacientes em mais de 3.600 municípios. Diaz-Canel disse que a "posição reacionária" de Jair Bolsonaro "tornou vulnerável parte da população, arriscando a coisa mais preciosa para cada ser humano, a sua saúde e a sua vida".

Com agências