Decisão do Copom atende banqueiros e não combate o desemprego

"Decisão do Copom atende banqueiros e não sinaliza para combate ao desemprego", afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, ao comentar decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quarta (12) que manteve a taxa Selic em 6,5%.

Adilson Araújo - Foto: Divulgação

 "Lembro que o Brasil possui um dos juros mais altos do mundo, patamar que inibe não só a retomada do crescimento, dissolve nosso setor produtivo e dificulta a retomada do emprego", emendou o dirigente.

Adilson destacou ainda que, “hoje, o Brasil padece com uma realidade de cerca de 13 milhões de desempregados”. E alertou que “os poucos postos de trabalho gerados em 2018 tiveram como marca a precarização e os salários desvalorizados, sem falar no avanço brutal da informalidade”.

“A CTB reitera que para retomar o crescimento com geração de emprego e distribuição de renda de forma efetiva, reduzir os juros reais, ampliar os investimentos públicos e privados e fortalecer o papel indutor de fomento do Estado é fundamental. Sem isso, nossa econo”, completou o dirigente ao reiterar defesa do projeto nacional de desenvolvimento defendido pela CTB.

Juros reais

Mesmo com as sucessivas reduções, o Brasil ainda possui a maior taxa de juros reais do mundo. É o que aponta o último estudo realizado da Infinity Asset Management que avaliou 40 economias em diferentes regiões do globo.


Nas 40 economias pesquisadas, 26 países têm taxas de juros reais negativa. O Reino Unido, por exemplo, tem taxa negativa de -2,24%, enquanto na Alemanha, a taxa está negativa em -1,92%. Nos Estados Unidos, a taxa é negativa em -1,06%.

Mesmo com a redução, os juros reais no Brasil irão se manter acima dos 3%. Índice muito alto e que inibe o interesse de investimentos – internos e externos – no setor produtivo, base fundamental para a retomada do crescimento de qualquer nação.

2019

Para 2019, porém, é esperado um aumento dos juros, motivado por uma provável recuperação da economia. Na média, os analistas do mercado financeiro esperam que a Selic feche o próximo ano em 7,5%.