Dilma e Lula comentam Declaração Universal dos Direitos Humanos

Para eles, perseguição política é uma clara violação do texto da ONU 

ONU

Ao destacar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou que se o documento fosse cumprido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estaria preso. Ela postou no Twitter que a prisão teve o objetivo afastá-lo das eleições, do de debate político, da população e de sua família. A Declaração “continua sendo necessária e, desgraçadamente, continua sendo desrespeitada, inclusive no Brasil”, afirmou.

Dilma Rousseff considerou que se o texto fosse respeitado, homens armados e encapuzados não teriam assassinado recentemente a tiros dois militantes do Movimento Sem Terra (MST), em um acampamento no interior do estado da Paraíba. Tampouco o presidente eleito Jair Bolsonaro teria anunciado que tratará o MST como grupo terrorista. Dilma Rousseff disse também que se a Declaração fosse cumprida o presidente golpista Michel Temer “não teria permitido que no ano passado, 1,7 milhão de brasileiros voltassem à pobreza extrema, retrocesso que deve levar o Brasil de volta ao Mapa da Fome da ONU”.

Leis contemporâneas

Também os assassinatos da vereadora do PSOL na cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes não teriam ocorrido e não estaria cumprindo nove meses sem que seus autores tenham sido presos. Por tudo isso, finalizou Dilma Rousseff, “a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos ainda depende de nossa luta”.
Em uma carta publicada pelos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, o ex-presidente Lula lembrou que foi condenado por “atos de ofício indeterminados, isto é: por nada”. “Não apresentaram uma prova contra mim e desprezaram todas as provas de minha inocência”, reiterou.

A Declaração foi aprovada pelos Estados-membros da ONU – incluindo o Brasil – apenas três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Seus 30 artigos compõem a base de todas as leis contemporâneas que defendem os direitos essenciais de todo o ser humano, como o direito à vida, à integridade física, à livre expressão e à associação, sem qualquer distinção de raça, cor, sexo, religião ou visão política.