Evento em Salvador discute o futuro da democracia em tempos de crise

Realizado no dia 13/12, evento reúne nomes como João Pedro Stédile, Lusmarina Garcia, Marizelha Lopes e Rosane Borges.

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No próximo dia 13 de dezembro, se registra um momento histórico: os 40 anos do Ato Institucional nº5, decreto que marcou os “anos de chumbo” do regime militar. Tendo em vista essa data emblemática, o contexto político atual e dando continuidade a Semana de Comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço e a Universidade Federal da Bahia, com apoio da ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, realizam a Mesa de Diálogo “Resistir e Esperançar: Diálogos sobre democracia em tempos de crise” no dia 13/12, às 17h, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia – Salvador (BA).

A proposta é realizar uma atividade pública de reflexão e análise que aponte algumas pistas para um horizonte de resistência e esperança. Comporão a mesa de diálogo: João Pedro Stédile (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra); Lusmarina Garcia (teóloga e ativista dos direitos humanos); Marizelha Lopes (Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais) e Rosane Borges (jornalista e escritora).

O objetivo é que as/os palestrantes reflitam em cima destes pontos:

• Ativismo – movimentos sociais: diante deste processo de crescente criminalização e medidas de exceção, sob ameaça de “acabar com o ativismo” e de considerar como terrorismo as justas manifestações e ações dos movimentos sociais, como se pode buscar forças e inspiração para resistir e avançar?

• Liberdade de expressão e produção do conhecimento: discutir como resistir a este ataque à liberdade de pensamento e também de produção do conhecimento e saberes; superar as ameaças do pensamento único, refletir sobre a autonomia de cátedra em todos os âmbitos, o diversionismo enganoso da ‘pós-verdade’, questionar o revisionismo histórico e a importância da memória.

• Avanço do fundamentalismo religioso e influência da religião nas eleições – movimento ecumênico: com o uso e a manipulação da fé como um valor político transformado em voto, tem-se visto o crescente uso da religião e
sua comunicação por meios eletrônicos, como plataforma eleitoral de candidatos/as nas eleições. Sem desmerecer o valor e a importância das religiões na sociedade brasileira, como enfrentar a onda religiosa conservadora
que ameaça a liberdade do Estado Laico? Quais as inspirações que podem vir do movimento ecumênico comprometido com a defesa de direitos?

O momento exige sabedoria e coragem. Nosso alimento vem da certeza de que é preciso aglutinar forças para amplificar a resistência e buscar saídas e consensos que combinem questões estruturantes das desigualdades, afirmação de direitos e as ameaças que pairam sobre os bens comuns, com os inéditos desafios da conjuntura pós-eleitoral.

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