Haroldo Lima critica indicação de chanceler que virou chacota no mundo

Preocupado com a política externa brasileira, o ex-diretor presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, criticou fortemente a indicação de Ernesto Araújo como novo chanceler do governo Bolsonaro. Segundo Haroldo, o futuro ministro de Relações Exteriores tem ideologia acentuada, defende teses bizarras, "exóticas" e "grosseiras" e que "está a léguas do Itamaraty".

Haroldo lembra que "Bolsonaro havia dito que sua política externa não teria viés ideológico, mas o Ernesto Araújo tem um viés ideológico acentuado, fecha com as ideias com o ultra direitista residente nos Estados Unidos Olavo de Carvalho, que foi quem indicou seu nome a Bolsonaro".

Haroldo explicou que "a direita brasileira é conservadora, reacionária, atrasada, mas diversos de seus líderes tem cultura, sobriedade e capacidade sofisticada de elaboração" e que para ele, "as posições de Ernesto Araújo não são propriamente da direita, situam-se no campo das formulações exóticas, bizarras, primárias, além de grosseiras, a léguas de distância da tradição de equilíbrio e finura que notabiliza o Itamaraty".

O dirigente recorda ainda as declarações polêmicas do presidente eleito, Jair Bolsonaro a países como China, maior parceira comercial do Brasil, sobre a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, o seu anúncio de tirar o Brasil do Acordo de Paris, entre outras posições de proximidade com os pensamentos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Bolsonaro segue as pegadas de Trump, por isso que foi chamado em um programa humorístico da TV holandesa de “O Trump dos Trópicos”", lembrou Haroldo.

Em editorial de vídeo do site Nocaute, o engenheiro ressalta que a indicação do chanceler coroa a fileira de erros na política externa do governo Bolsonaro. Para ele, o novo chanceler é figura que, mesmo antes da posse, já virou chacota no mundo inteiro.

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