Temer e Bolsonaro discutem agenda de reformas com mira na Previdência

Durante a campanha eleitoral, a deputada gaúcha e então vice na chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela d'Ávila afirmava que a proposta de governo de Jair Bolsonaro (PSL), agora eleito presidente, era d continuação de desmonte do estado e dos direitos. Nesta quarta-feira (7), Bolsonaro e Temer se encontraram no Palácio do Planalto e entre troca de sorrisos e afagos, Temer disse que seu governo vai "colaborar intensamente" com a equipe de Bolsonaro e com a aplicação da sua agenda.

Temer e Bolsonaro - Alan Santos/PR

"Até pedi a sua Excelência, o presidente eleito, que nos mandasse eventuais projetos sobre os quais haja interesse de que ainda agora sejam aprovados", declarou o ilegítimo. A reforma da Previdência tem sido colocada como prioridade do novo governo que tenta reunir forças para aprovar ainda este ano, apesar da resistência, inclusive de aliados.

Temer também disse que convidou Bolsonaro para viajar com ele para a reunião do G20, prevista para acontecer no dia 30 deste mês em Buenos Aires.

"Convidei o presidente Bolsonaro, se ele puder, para fazer viagens comigo para o exterior. Mencionei até a hipótese do G20, que será agora no fim do mês. Não sei se o presidente poderá, mas disse a ele que, quando ele queira, nós poderemos ir juntos para o exterior", afirmou Temer, sem responder perguntas dos jornalistas.

Temer entregou um livro de 247 páginas contendo um balanço de sua gestão, alem de um plano plurianual para os próximos 12 anos e um arquivo com todos os dados de governo, o chamado "Sistema Governa".

Bolsonaro, por sua vez, agradeceu o que chamou de "cortesia" com que foi recebido e disse a Temer que voltará mais vezes até o final do ano. "O procurarei mais vezes até o final do ano, para que juntos possamos fazer uma transição – projetos do interesse do nosso Brasil", declarou.

Após a reunião ele disse que “muita coisa” da gestão del Temer vai ser mantida, mas não deu mais detalhes. Ele disse que conta com a experiência de Temer para ajudá-lo. “Se preciso for voltaremos a pedir que ele nos atenda. Porque tem muita coisa que continuará. O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela presidência”, disse.

Os jornalistas que acompanhavam a visita questionaram se eles discutiram a reforma da Previdência, mas não houve resposta, apesar da Secretaria de Comunicação do Palácio ter montando a estrutura para uma entrevista coletiva. Dois púlpitos foram colocados no Salão Leste do Palácio do Planalto.

Ainda nesta quarta, Bolsonaro vai se reunir o tucano João Doria (PSDB), eleito governador de São Paulo. Antes mesmo do segundo turno, doria fez campanha para Bolsonaro, traindo o seu padrinho político, Geraldo Alckmin que era o candidato do PSDB à Presidência da República.