Manuela d'Ávila reafirma importância da unidade das forças progressistas

Há um ano, quando fui lançada candidata à Presidência pelo meu Partido, o PCdoB, já dizíamos que a unidade era o caminho para construirmos a vitória das forças políticas progressistas, populares, comprometidas com a democracia e com os direitos de nosso povo trabalhador, de nossa juventude, de nossas mulheres.

Por Manuela d’Ávila*

Manuela d Àvila - Foto: Carol Caminha

Chegamos a construir um programa comum, mas não avançamos pra uma candidatura única. Mesmo assim, retirei a minha candidatura para buscar ao menos parte dessa unidade.

Para mim, este foi o erro original e mais importante frente ao qual todos os outros são menores.

No decorrer da campanha todos cometem erros. É claro que precisamos fazer balanço e discutir. Mas buscar responsabilizar agora qualquer ator ou força política, isoladamente, por nossa derrota é não compreender quem são nossos adversários e os gigantescos interesses contra os quais disputamos a eleição.

Sei que estamos doloridos com a derrota, mas mesmo depois das insuficiências iniciais, mesmo depois da divisão, nosso campo político – os democratas, progressistas, militantes sociais da esquerda – encontrou seu rumo na reta final do segundo turno, especialmente naqueles lindos últimos dias.

Para mim esse momento, mesmo não tendo sido suficiente para vencer, deu o recado e o caminho para todos nós: unidade generosa, sem hegemonismo, sem estrelismo, todo mundo junto e igual.

O que foram os artistas suando a camisa na rua ao lado da gente, servindo café e virando voto, se não um recado de que é preciso colocar em segundo plano qualquer projeto que não seja individual?

Porque, gente, prestem atenção: se a gente não se unir não vai sobrar nada no céu para a estrela e astro nenhuma brilhar.

E queremos um país onde todo talento brilhe, iluminando nossa constelação.

Unidade real baseada nos valores da democracia, da liberdade, da justiça social, da soberania brasileira e popular. Unidade com os que já estavam nas ruas conosco e com aqueles que virão ao longo da caminhada!

Foi isso que vimos acontecer nas ruas, na vida real, longe dos gabinetes e espaços burocráticos.

Não foi feito apenas por um partido e também não foi contra um Partido. Então, agora não pode ser de um partido, de um líder ou contra o outro líder.

Precisamos estar todos juntos, como estivemos nesses últimos dias. Juntos nas ruas, nas praças, nos bairros. Conversando, ouvindo, refletindo. Construindo nossa ação, garantindo o zelo à Constituição Cidadã de 88. Esse é nosso dever, foi para isso que saímos juntos nas ruas.

Dispersar a unidade, esquecendo o que construímos juntos, disputar a hegemonia ou fazer o jogo dos adversários e nos agredirmos uns aos outros é não entender o caminho que as mulheres e homens brasileiros nos mostraram naquele lindo levante popular pelo vira voto!

Temos diferenças, lutemos pelo direito de preserva-las. Para isso, precisamos estar juntos, lutando pela (r)existência.