Parceria entre China e América Latina é imune a ruídos

Nos últimos anos, a parceria entre a China e a América Latina tem produzido excelentes resultados e trazido benefícios para as populações de ambos os lados. No entanto, isso também gera forte inquietação para alguns e dá origem a teorias como a “ameaça chinesa” e a “armadilha da dívida”, ameaçando os países da região a não fazerem negócio com a China

Por Li Jinzhang *

China e América Latina

Parece que querem instalar uma cortina de ferro e ressuscitar a Doutrina Monroe. Os fatos falam por si. Mesmo num momento em que o protecionismo, o unilateralismo e o populismo pairam sobre o mundo, a cooperação sino-latino-americana permanecerá imune a ruídos.

A tese de que “a China desafia a liderança de certa parte na América Latina” vem de um raciocínio equivocado com base no hegemonismo.

O destino da América Latina está nas mãos das próprias nações latino-americanas, não nas mãos de um país em particular. O relacionamento entre a China e a região é aberto e inclusivo, sem visar a terceira parte, nem desafiar ou substituir a suposta liderança de ninguém. A China persiste no caminho de crescimento pacífico e de cooperação com benefícios mútuos. Esse é o espírito que se reflete na iniciativa “Um cinturão, uma rota”, cujo principal diferencial em relação a outros planos na história são justamente os princípios de desenvolvimento compartilhado mediante consulta e colaboração. Visa a criar sinergia e construir parcerias em vez de erguer muros com a mentalidade da guerra fria. A convergência entre a iniciativa “Um cinturão, uma rota” e as estratégias de desenvolvimento da América Latina é aberta à participação trilateral ou plurilateral.

As etiquetas de “imperialismo” ou “neocolonialismo” da China são reações de quem se incomoda ao ver o crescimento das relações entre o país asiático e as nações latino-americanas. A China não tem histórico de expansionismo ou invasão de outros países. Em nenhum momento na história manteve colônias. Nossas relações com a América Latina não seguirão o velho caminho do colonialismo, mas baseiam-se em princípios como igualdade, benefício recíproco, abertura e respeito mútuo, sem a imposição de qualquer condição política. Nos últimos cinco anos, o presidente Xi Jinping visitou a região três vezes e realizou reuniões bilaterais com dirigentes de quase todos os países.

Esses encontros serviram para levar a parceria a nova fase, fortalecer a voz conjunta em defesa do multilateralismo e do sistema de comércio livre, buscar crescimento equilibrado e sustentável, assim como salvaguardar os direitos legais e legítimos dos países em desenvolvimento e das economias emergentes. Quem aponta dedos só demonstra que está incomodado com isso.

As teorias da “ameaça” e da “armadilha da dívida” são mal-intencionadas, a fim de atrapalhar as relações bilaterais. Ao longo da última década, o comércio entre a China e a América Latina cresceu 20 vezes, de maneira que a China é hoje o segundo maior parceiro comercial da região e, durante nove anos, o maior parceiro do Brasil. O estoque de investimento chinês superou a casa de US$ 200 bilhões e as mais de 2 mil empresas chinesas operando na região criaram mais de 1,8 milhão de empregos. A parceria prosperou sobre os pilares de comércio, investimento e finanças e trouxe ganhos reais para a população local. No mês que vem, a primeira Feira Internacional de Importação da China reafirmará o compromisso chinês com a estabilidade e a prosperidade do mundo. Abrir as portas ou aumentar as barreiras, que medida será mais bem acolhida?

Os rumores param com pessoas sensatas. Uma China no caminho da paz, cooperação e abertura trará à América Latina e a todos os países do mundo oportunidades e não desafios. A difamação e acusações sem fundamento só trarão agenda negativa e entraves ao crescimento e à estabilidade regional, mas nada impedirá o desenvolvimento robusto da parceria entre a China e a América Latina.