Gravações complicam deputado Hauly

Chefe de Gabinete do Deputado Luiz carlos Hauly (PSDB-PR) Amauri Martins Escudeiro, teria feito contatos telefônicos com o engenheiro Luiz Geraldo Tourinho Costa, preso na Operação Castores da Polícia Federal (PF), o que reforça

Uma reportagem do jornal Correio Braziliense no fim de semana, afirmou que há registros telefônicos de conversas entre o chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Martins Escudeiro, e o engenheiro Luiz Geraldo Tourinho Costa, preso na Operação Castores da Polícia Federal (PF), o que reforçaria a suspeita de outros personagens na fraude de documentos da Usina de Itaipu. Segundo o jornal, em gravação feita pela PF de um telefonema, em início de abril deste ano, Escudeiro diz que recebeu cópias de documentos de Itaipu, alguns sigilosos, que ele gostaria de passar para Tourinho Costa. Os documentos da estatal, de acordo com o Correio Braziliense, teriam sido requisitados por Hauly, junto ao Ministério de Minas e Energia.

Conforme o Correio Braziliense, logo em seguida à ligação de Escudeiro, Tourinho Costa telefonou para o ex-funcionário de Itaipu, Laércio Pedroso, referindo-se com intimidade a Escudeiro. Pedroso também foi preso pela Polícia Federal, na terça-feira da semana passada, no aeroporto Afonso Pena, depois de entregar a Escudeiro uma mala com mais de 60 quilos em documentos. Escudeiro despachou a mala em seu nome, porém a bagagem foi apreendida pela PF. Pedroso é acusado de ser o cabeça de uma quadrilha que fraudava documentos de Itaipu. Ele iria à Brasília depor em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que discutiria suposto caixa dois da estatal.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) negou ontem, terminantemente, que documentos confidenciais tenham sido repassados pelo seu chefe de gabinete a envolvidos em esquemas de fraude de documentos de Itaipu, presos na operação Castores da Polícia Federal. "Amauri é idôneo e honrado. Um grande colaborador. Ele nunca passou documentos sigilosos, a não ser que sejam documentos públicos sobre Itaipu, que passamos ao Brasil todo."

Segundo Hauly, ele e seu chefe de gabinete são investigadores de Itaipu. "A audiência pública (que não se realizou) seria o grande momento da vida pública nacional. Nós queríamos fazer uma acareação." Segundo o parlamentar, há informações valiosas que o ex-conselheiro de Itaipu, Roberto Bertholdo poderia contar. Hauly, reiterou também que seu chefe de gabinete não havia sido notificado para depor e que não havia interesse em desacatar autoridades. "Queremos somar às investigações", disse.