Milhares de pessoas saúdam Fernando Haddad em ato no Recife 

“Tá fácil virar voto no país inteiro. Na cidade de São Paulo eu já passei o Bolsonaro. A cidade que eu governei. Entre um livro de um ministro da Educação e a arma de um soldadinho de araque, o Brasil vai ficar com o quê?”, perguntou o presidenciável Fernando Haddad (PT) nesta quinta-feira (25), durante ato no Centro do Recife, que reuniu milhares de pessoas. 

Milhares de pessoas saúdam Fernando Haddad em ato no Recife - Leonardo Manga/Divulgação

O posicionamento reforça a estratégia que o presidenciável tem adotado na reta final da sua campanha à presidência da República: conquistar o voto dos indecisos.

A expectativa do presidenciável ganha ainda mais força depois da pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, que aponta queda de seis pontos na diferença entre os postulantes. De acordo com o levantamento, Bolsonaro possui 56% dos votos válidos, contra 44% do ex-ministro da Educação. Na pesquisa anterior, a diferença era de 59% a 41%, respectivamente.

Sobre a ausência de Bolsonaro em debates durante toda a campanha do segundo turno, Haddad subiu o tom contra o oponente e o chamou de “arregão”. O petista também aproveitou o momento para, mais uma vez, convidar o ex-capitão do Exército para enfrentá-lo e expor suas propostas de governo. “Na última entrevista que ele deu, o Bolsonaro falou que as mulheres, que os negros, que os nordestinos deveriam deixar de se fazer de coitados. Eu quero dizer para Bolsonaro: Seu arregão, coitado é você. Você é um arregão e vem chamar alguém de coitado, rapaz? Se toca, se olha no espelho. Vem para o debate, ainda tem tempo”, provocou Haddad.

Além da vice-governadora eleita Luciana Santos, dezenas de dirigentes e militantes do PCdoB de Pernambuco estiveram presentes ao ato político, entre eles, o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira; o deputado federal eleito Renildo Calheiros; o presidente estadual Marcelino Granja; a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa. Além de lideranças petistas como o senador Humberto Costa e a vereadora Marília Arraes, acompanharam o ato vários nomes de outros partidos, como o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito Geraldo Julio (PSB).

Entrevista coletiva 

Antes do ato público, Haddad participou de entrevista coletiva. Questionado sobre se ainda aguardava o apoio do ex-presidenciável do PDT, Ciro Gomes, Haddad brincou. “Até minha mulher está com ciúmes do Ciro de tanto aceno que eu faço para ele”, disse. Ciro, que está há três semanas na Europa, volta ao Brasil nesta sexta-feira (26). Haddad afirmou, ainda, que o momento não seria para cultivar rancores e pregou a união com o pedetista. “Se tem aresta, é hora de colocar de lado, depois a gente se acerta, se tiver que falar alguma coisa depois a gente fala. Mas o risco é claro e com Ciro fica mais fácil, vamos virar”, declarou o petista, dizendo, inclusive, que tem conversado constantemente com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Aos jornalistas, Haddad também comentou o apoio do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), opositor histórico do PT, à sua candidatura. “Esses apoios do Jarbas, do Alberto Goldman (PSDB), da Marina (Silva, Rede), dão a dimensão do risco que o Brasil está correndo. Se não fosse esse o meu adversário, certamente nós teríamos outro contexto. Mas, o risco é tamanho que essas pessoas se sentem obrigadas, como patriotas que são, a demonstrar protesto a esse risco que nós estamos correndo, porque conhecem a história, sabem o que representa o Jair Bolsonaro no segundo turno, pois ele saiu dos porões da ditadura”.

Fonte: Jornal do Commercio – Pernambuco (Texto editado).