Valor Econômico: Os Bolsonaro atacam a imprensa e a democracia

Em editorial intitulado “Os Bolsonaro atacam a imprensa e a democracia”, o jornal Valor Econômico afirma que "sinais ruins para a democracia continuam sendo emitidos pelo staff de campanha de Jair Bolsonaro (PSL)". De acordo com o veículo, "Bolsonaro tem pouco apreço pela democracia, como demonstrou em seguidos discursos públicos a favor da ditadura e da tortura".

bolsonaro pai e filho

"As instituições democráticas, construídas após 21 anos dessa ditadura, poderão ser tensionadas se Bolsonaro for eleito e governar com o mesmo espírito com que disputou as eleições. Atitudes de campanha são prenúncios, que já poderiam ser afastados por apelos à moderação e ao bom senso, sem os quais a dura tarefa de recolocar nos eixos a economia, entre tantas outras questões, não será realizada", diz o texto.

Segundo o Valor, "após quase liquidar a fatura já no primeiro turno, Bolsonaro seguiu pondo em suspeição as urnas eletrônicas – e, portanto, o Tribunal encarregado de zelar por sua integridade". "Nisso foi coerente com sua pregação anterior mesmo aos embates eleitorais, de que seria o vencedor e de que não aceitaria outro resultado. Esse destino, para ele, só seria frustrado por meio de fraudes", disse.

"Não é muito distinto, embora muito mais grave, o espírito do vídeo divulgado no fim de semana, em que o filho de Bolsonaro, Eduardo, quatro meses depois sagrado o deputado federal mais votado na história do país, especula sobre uma eventual intervenção do Supremo Tribunal Federal para impugnar a vitória de seu pai. Eduardo disse que para fechar o Supremo bastariam um soldado e um cabo e que a prisão de um ministro do STF não motivaria reação alguma da população", acrescenta.

O Valor lembra ainda o disciurso de Bolsonaro no último domingo, em que promete bani a oposição, caso seja eleito. "A linguagem de guerra lembra a utilizada pela ditadura militar, defendida pelo candidato do PSL ao longo de seus obscuros 27 anos de mandato como deputado federal".

O jornal também destaca que Bolsonaro, ao longo da campanha, “hostilizou e ameaçou vários órgãos de imprensa e no domingo nomeou a ‘Folha de S. Paulo’ como fonte de ‘fake news’, indigna de receber verbas da publicidade oficial”.