Voltaremos a recuperar o poder para o povo, diz Evo Morales

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta terça-feira (23) que a esquerda latino-americana passa por um “estancamento”, mas vai voltar a ter protagonismo político em favor dos povos da América Latina. O chefe de Estado fez o pronunciamento otimista durante a abertura do 15º Congresso Latino-americano de Medicina Social e Saúde Coletiva, em seu país.

Evo Morales - Reuters

Evo lembrou que, durante um curto período histórico, a América Latina teve, ao mesmo tempo, muitos presidentes progressistas e isso significou um grande avanço social, principalmente para os mais pobres. O presidente destacou chefes de Estado como Lula, no Brasil, Cristina Kirchner, na Argentina, Rafael Correa, no Equador e Hugo Chávez, na Venezuela.

“Porém, há um estancamento da revolução. Não perdemos a esperança, voltaremos a recuperar o poder político para os povos da América Latina”, garantiu o presidente que irá se candidatar novamente em 2019.

Desde o golpe parlamentar que depôs o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em 2012, o cenário político da região começou a se alterar. Em seguida, aconteceram as manifestações contra o governo Dilma em 2013 e o impeachment da presidenta reeleita em 2016; além da eleição de Maurício Macri na Argentina.

Entretanto, há expectativas de que este cenário de políticas austeras e impopulares seja passageiro, uma vez que o México elegeu neste ano seu primeiro presidente progressista da história, Andrés Manuel López Obrador, e no próximo ano acontecem eleições na Argentina e na Bolívia.

Por estar num evento sobre saúde tratada como um direito universal, o presidente boliviano usou este tema para exemplificar as prioridades mercado, frente as preferências dos governos voltados para a inclusão social: “para o capitalismo, para o imperialismo é apenas um mercado, e para os povos do mundo a saúde é um direito humano”.