Haddad: “Brasil precisa de um professor e não de um miliciano”

O candidato do campo democrático à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), disse, durante um ato de campanha em Fortaleza (CE), que uma vitória sobre o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), terá "um gosto especial, (…) porque não é ganhar de um cara razoável. É ganhar de um trambiqueiro, é ganhar de um cara destrambelhado". "Modéstia à parte, o Brasil precisa mais de um professor que de um miliciano", ressaltou

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Fernando Haddad disse nesta sexta (19), durante um ato de campanha em Fortaleza (CE), que uma vitória sobre o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), terá "um gosto especial, (…) porque não é ganhar de um cara razoável. É ganhar de um trambiqueiro, é ganhar de um cara destrambelhado". A afirmação vem na esteira das denúncias de que empresários estariam bancando campanhas milionárias para disparos massivos de mensagens em aplicativos nas redes sociais contra ele e o PT, o que é vedado pela legislação eleitoral além de configurar crime de caixa 2.

O presidenciável também destacou que a campanha de Bolsonaro tem sido caracterizada pela incitação à violência. "Modéstia à parte, o Brasil precisa mais de um professor que de um miliciano", ressaltou. "Não é qualquer mal que ele traz para política. É um mal que leva à violência, ao desrespeito. É evangélico desrespeitando católico, branco desrespeitando negro, homem desrespeitando, porque ele estimula esse tipo de coisa o tempo inteiro. Há muito tempo não víamos isso na política acontecer", afirmou.

Haddad disse esperar, ainda, que o "tranco" da repercussão da denúncia de que empresas estariam bancando uma campanha difamatória contra ele e PT, resultem "na prisão preventiva de empresário, para que eles denunciem em delação o que aconteceu na campanha" do adversário. Para ele, a guerra cibernética influenciou o súbito crescimento de Bolsonaro na reta final do primeiro turno. "Ninguém entendeu muito bem o que estava rolando. "A gente vinha crescendo muito forte [no primeiro turno]. Aí a gente passou o Bolsonaro nas projeções de segundo turno. Ficamos uma semana à frente dele nas projeções de segundo turno. A gente ia terminar o primeiro turno em primeiro lugar.

Isso era o que todo mundo dizia. Aí a gente não entendeu o que aconteceu nos últimos três, quatro dias", observou.

"Não foi só na eleição presidencial. Na eleição para o Senado, para governador de Minas, do Rio de Janeiro. Um negócio muito estanho. Como é que o eleitor se comporta tão diferentemente do dia para a noite? …Uma mudança brusca dessa natureza… Tinha que ter acontecido alguma coisa. A gente começou a desconfiar. Aí (veio) a reportagem da Folha", disse sobre a denúncia de que empresários teriam gasto até R$ 12 milhões na comprar de pacotes de disparos de mensagens em massa contra o PT e sua candidatura.

"A atividade digital tem que ser marcante nestes dez dias para conter a 'mentiraiada' que ele conta e para fazer o Brasil ser feliz de novo", clamou.