Assessor de Bolsonaro quer “verdade sobre 64″e criacionismo em escolas

Em entrevista a Renata Agostini, no jornal O Estado de S.Paulo, virtual ministro da educação do candidato à presidência Jair Bolsonaro, general Aléssio Ribeiro Souto, defende revisão curricular contra "ideologização nas escolas". Para ele, professores devem expor a "verdade" sobre o "regime de 1964", narrando, por exemplo, mortes "dos dois lados". Ele também defendeu o ensino do criacionismo nas escolas públicas.

aléssio - Foto: Facebook

“Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe”, disse o militar. Segundo o Wikipedia, o criacionismo é a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural, de Deus, e hoje está vinculado à questão religiosa.

No currículo escolar atual não consta o criacionismo, fala-se da Teoria da Evolução, que tem base científica nos trabalhos de Charles Darwin.

“A questão toda é que muito da escola na atualidade está voltada para a orientação ideológica, tenta convencer de aspectos políticos e até religiosos. Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu”, diz o general.

À frente do grupo que elabora propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo Bolsonaro, Aléssio Ribeiro Souto diz que “é muito forte a ideia” de se fazer ampla revisão dos currículos e das bibliografias usadas nas escolas para evitar que crianças sejam expostas a ideologias e conteúdo “impróprio”.

O texto do Estadão destaca que o "ex-chefe do Centro Tecnológico do Exército, foi chamado a coordenar debates de ciência e tecnologia, mas acabou acumulando educação 'por afinidade'. Contrário à política de cotas, defende a 'prevalência do mérito' e diz que, se a ideia for aceita por Bolsonaro, serão estudadas medidas 'não traumáticas' para substituir as regras. 'Querem atribuir a Bolsonaro condição ditatorial. É chamado até de nazista. É mentira deslavada', disse."

Sobre a remuneração dos professores, o general afirma: "a remuneração é quinto ou sexto tópico a se considerar. Pagar muito bem é uma absoluta impossibilidade agora. Antes disso, precisa do discurso de que magistério é importante. Os professores que estão aí precisam começar a acreditar que são importantes, porque hoje ninguém quer ser professor. Discurso, formação, aperfeiçoamento dos que já estão aí, resgate da autoridade do professor. Depois dos pais, tem de ter a ideia de que, em segundo lugar, reverenciamos professores. É absolutamente inaceitável a agressão ao professor. Isso tem de ser reprimido".

O general aprofunda sua visão de como reprimir alunos em sala de aula: "dentro dos meios democráticos e legais. Aquele que ameaçar agredir o professor, que dirigiu a palavra mal dita para o professor, tem de haver repressão. Democrática".

E sobre o conceito inusitado de 'repressão democrática', ele afirma: "tem de ser retirado da sala. E, se agredir, polícia. Vai a polícia, leva as crianças e atua naquele que agrediu fisicamente através do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para os menores. E, para os adultos, polícia pura e simples. Delegacia. Não pode haver dúvida quanto a isso".