OAB pede investigação de ofensas contra nordestinos nas redes

A Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE) pediu a investigação das agressões de internautas contra nordestinos. O pedido foi feito ao Ministério Público. Segundo a OAB, as postagens têm conteúdo de cunho discriminatório e revelador de preconceito.

OAB Pernambuco - Divulgação

Após o resultado do primeiro turno das eleições no domingo (7), apoiadores do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, iniciaram uma onda de ataques contra nordestinos. Por meio de mensagens, os internautas xingavam e pediam a separação do Nordeste. Isso aconteceu porque a região foi a única em que Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad (PT).

Diante da enxurrada de ofensas, a OAB de Pernambuco pediu nesta quinta-feira que o Ministério Público apure os casos e disse que há “inúmeras postagens nas redes sociais com conteúdo de cunho discriminatório e revelador de preconceito”.

A OAB afirmou ainda que é “inviável” citar os infratores por causa da existência de perfis falsos, mas pede que o MP investigue os casos.

No início da semana, a entidade já havia emitido uma nota em repúdio às manifestações contra nordestinos. Segundo o documento, “as manifestações políticas devem sempre respeitar os princípios e valores fundamentais da ordem republicana, notadamente a tolerância, a dignidade da pessoa humana e o objetivo comum de construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

O texto diz ainda que essas manifestações violam o princípio democrático. “O crime de racismo, declarado inafiançável e imprescritível pelo Constituinte originário, deve ser repudiado e combatido por todos os cidadãos brasileiros, independentemente de suas convicções políticas e das correntes ideológicas que abracem.”