Haddad recebe apoio das centrais sindicais em defesa do trabalhador

São sete as centrais sindicais que declararam nesta quarta-feira (10) apoio ao candidato à presidência Fernando Haddad e a vice Manuela d’Ávila. O encontro aconteceu em São Paulo com a presença dos dois candidatos, da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann e dirigentes sindicais de diversas categorias. “Estamos de corpo e alma na campanha de Haddad e Manuela”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Por Railídia Carvalho

Centrais sindicais apoiam Haddad no segundo turno - Ricardo Stuckert

Haddad e Manuela receberam das mãos dos sindicalistas dois documentos, ambos assinados pelas sete centrais sindicais. São eles a carta que explica os motivos porque a classe trabalhadora deve eleger Haddad e o documento Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora com 22 pontos consensuados entre as centrais que apontam alternativas para tirar o Brasil da crise. Clique AQUI para acessar a agenda.

Na opinião dos sindicalistas, Haddad tem compromisso com a defesa de direitos trabalhistas históricos da classe trabalhadora e da liberdade de organização sindical. De outro lado, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) vai aprofundar os ataques de Temer aos trabalhadores.

Na carta, as centrais reafirmam que Bolsonaro é o candidato do mercado financeiro e que a proposta de uma outra carteira de trabalho (verde e amarela) só confirma a intenção do candidato do PSL de retirar direitos dos trabalhadores. “Com esta fantasiosa carteira, o empregado não terá nenhum dos direitos previstos na CLT como férias, 13º salário e licença maternidade”, diz trecho do documento.

"Temos de mostrar para o nosso povo que tudo que o golpe subtraiu em dois anos, nós teremos quatro anos para recuperar. É com essa candidatura, com esse projeto, que encontramos o compromisso de revogar a EC 95 e a reforma trabalhista. É neste projeto que nós vamos dialogar com a sociedade que a reforma da Previdência não é prioritária. Temos de discutir uma reforma tributária progressiva e solidária. Diminuir a carga sobre o ombro de quem mais contribui. Este projeto dialoga com o povo", afirmou.

A frente ampla sindical em apoio a Fernando Haddad e Manuela deve ser ampliada por outros segmentos da sociedade, lembrou Edson Índio, secretário-geral da Intersindical. “É importante unir setores sociais populares e democráticos e todos aqueles que defendem a democracia e os direitos do povo trabalhador. A tarefa de cada dirigente, cada trabalhador é ganhar mais um voto e salvar o Brasil da barbárie e da tragédia”.

Luiz Gonçalves, o Luizinho, presidente em São Paulo da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), representou o presidente nacional da central, José Calixto. “A base da NCST está na rua fazendo campanha para Haddad e Manuela. A organização sindical que foi atacada no governo de Temer agora está mais ameaçada. O outro candidato diz que não vai permitir ativismo e já anunciou um ministério de generais”, disse.

“Bolsonaro é o candidato do Temer. Ele votou contra a PEC das domésticas, votou a favor da reforma trabalhista, do teto de gastos. Votou em tudo o que o patrão manda por isso ele é o candidato defendido pelos patrões do Brasil. Haddad defende o programa de um partido que se organizou para defender os trabalhadores no Congresso, tem compromisso com Lula e respeito ao sindicato”, comparou Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores.

Miguel enfatizou que as centrais tem a obrigação de dialogar com as bases para abrir os olhos do trabalhador neste segundo turno. “Bolsonaro quer criar duas categorias de trabalhador com a carteira verde e amarela. Um com direitos e o outro sem direitos. Ele já disse que o trabalhador tem que escolher entre direitos ou emprego. Neste segundo turno temos a oportunidade de sonhar com um país melhor com um programa nacional de desenvolvimento que valorize o trabalhador”.

Confira na íntegra a carta dos sindicalistas a Fernando Haddad e Manuela d'Ávila:

MOVIMENTO SINDICAL EM DEFESA DOS DIREITOS TRABALHISTAS E DA DEMOCRACIA

PORQUE A CLASSE TRABALHADORA DEVE ELEGER HADDAD

Em 28 de outubro teremos uma eleição decisiva para o futuro da classe trabalhadora brasileira. De um lado, Fernando Haddad, um candidato comprometido com a democracia, os direitos sociais e a soberania nacional. Do outro, um candidato que encarna o autoritarismo, a desnacionalização da economia e a extinção dos direitos sociais e trabalhistas, com consequências diretas na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, como desemprego, a precarização do trabalho, redução dos direitos e da qualidade de vida.

Jair Bolsonaro defende os interesses de grandes corporações nacionais e estrangeiras, seu projeto privilegia o mercado financeiro sobre qualquer outro setor da sociedade. Sua intenção de supressão dos direitos dos trabalhadores é tão flagrante que o candidato afirmou que, se eleito, vai criar uma “nova” carteira de trabalho em contraposição à atual. Com esta fantasiosa carteira, o empregado não terá nenhum dos direitos previstos na CLT como férias, 13º salário e licença maternidade.

O programa de governo de Haddad está em sintonia com os interesses da Nação e do nosso povo. Propõe a revogação da reforma trabalhista e da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos. Propõe a retomada do desenvolvimento e crescimento econômico, com distribuição de renda, inclusão e justiça social e redução do desemprego. Defende o fortalecimento e a valorização da agricultura familiar e do salário mínimo, o combate da precarização do mercado de trabalho, a democratização dos meios de comunicação e uma política externa soberana.

Haddad está comprometido com a valorização das estatais, das empresas e bancos públicos, redução dos juros, isenção do imposto de renda para trabalhadores e trabalhadoras que ganham até cinco salários mínimos e de impostos para os mais pobres, manutenção da Previdência Social como política pública e a valorização das aposentadorias. O fim das privatizações e a valorização de todo setor energético, com a consequente redução das tarifas de combustíveis, luz e gás, também são compromissos já firmados.

Há uma massa de trabalhadores, desempregados e desalentados, sendo iludida pelo canto de sereia, desorientada pela profusão de notícias falsas e disseminação do ódio. Por isso, conclamamos uma reflexão pela democracia e por um futuro melhor para todos e todas.
Fernando Haddad personifica a democracia e a possibilidade de lutarmos por mudanças que o povo reclama e anseia: educação e saúde públicas de qualidade para toda a população, moradia, segurança, democracia, soberania e bem-estar social. Haddad colocará o povo brasileiro em primeiro lugar.

Por todas essas razões, as centrais sindicais brasileiras estão unidas neste segundo turno com Fernando Haddad. E, com a certeza de que Haddad é o melhor candidato, conclama a classe trabalhadora e o povo brasileiro a participar da campanha e votar para eleger Haddad o próximo presidente do Brasil.

Somente juntos conseguiremos defender a democracia, a soberania nacional e a valorização do
trabalho e da classe trabalhadora.

São Paulo, 10 de outubro de 2018.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores – UGT
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
José Avelino Pereira (Chinelo), presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
José Calixto Ramos, presidente Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST
Edson Índio, secretário-geral da Intersindical