Jornalista crítico do regime da Arábia Saudita é assassinado

Suspeita-se que o jornalista saudita Jamal Khashoggi, que está desaparecido há oito dias, foi assassinado e esquartejado por agentes da Arábia Saudita após ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia

jornalista saudita assassinado - Reuters

O esquertejamento foi noticiado pelo jornal norte-americano The New York Times, que cita uma fonte turca próxima da investigações. 

A polícia da Turquia suspeita que agentes da Arábia Saudita tenham assassinado Khashoggi dentro do consulado e sumido com seu corpo. Os 28 funcionários turcos da sede consular foram dispensados do serviço no dia do desaparecimento.

O jornalista foi ao consulado no último dia 2 de outubro, para retirar um certificado de divórcio, o que permitiria que ele se casasse novamente. Depois disso, no entanto, ele não voltou para casa e continua desaparecido.

De acordo com o site britânico "Middle East Eye", ao menos três dos 15 agentes dos serviços secretos sauditas que foram ao consulado no dia da visita do jornalista fazem parte da unidade de elite encarregada da proteção do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman, o líder "de fato" do país.

Khashoggi vivia em exilio na Turquia por causa de seus textos críticos sobre o regime saudita , nos quais ele questionava a política de "modernização" de Mohammad bin Salman. Sua noiva, Hatice Cengiz, fez um apelo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: "imploro ao presidente Trump e à primeira-ministra Melania que nos ajudem a jogar luz sobre o desaparecimento de Jamal", disse. 

Os Estados Unidos são aliados da Arábia Saudita. Apesar das inúmeras ameaças e represálias de Trump contra a Rússia após o país de Putin ter sido acusado de supostamente envenenar um ex-espião no Reino Unido, o presidente norte-americano nada disse sobre o assassinato de Khashoggi.