Esquina da Democracia reúne democratas de todo Rio de Janeiro

Diversos shows e atividades culturais vem acontecendo na Esquina da Democracia. Segundo os idealizadores do projeto, objetivo principal da iniciativa é "envolver, de forma aberta e diversa, os mais diferentes setores da sociedade e comunidades do Rio de Janeiro no processo eleitoral e na defesa da democracia".

Alexandre Santini, diretor geral do Teatro Popular Oscar Niemeyer, que também é um dos idealizadores da Esquina da Democracia, concedeu uma entrevista em que falou sobre esse importante espaço que surge no Rio de Janeiro.

Confira a entrevista na íntegra:

1 – Como surgiu a ideia da Esquina da Democracia e como foi o processo de construção / consolidação?

Inicialmente houve a Casa da Democracia, que envolveu comunicadores, ativistas e midialivristas de todo o país que faziam a cobertura das atividades da vigília e acampamento Lula Livre, em Curitiba – PR. Esta experiência nos inspirou a fazer algo semelhante no Rio de Janeiro, que pudesse aglutinar setores democráticos e progressistas pela via da cultura, do debate e da convivência. Seria, inicialmente, uma Casa da Democracia no Rio. A Agência de Notícias das Favelas (ANF), através de seu coordenador André Fernandes, abraçou prontamente o projeto e deu a retaguarda institucional necessária. Começamos a procurar imóveis para alugar, chegamos a encontrar um espaço que seria ideal para uma casa, mas não conseguimos. Finalmente surge o Lapa Esquina, que é um bar que já existe, situado em um ponto tradicional da vida cultural e boêmia da Lapa, em frente ao antigo semente e ao lado dos Arcos da Lapa, que topou receber a iniciativa em parceria. Surge assim a Esquina da Democracia, que permanece até o dia 30 de outubro, pelo menos, no local, com uma intensa programação político-cultural pelos próximos 30 dias.

2 – Gostaria que você explicasse quais são os objetivos e projetos da Esquina da Democracia.

Fundamentalmente, trata-se de criar um ambiente de encontro, aglutinação e mobilização do campo da esquerda, em particular da juventude, dos artistas, e dos movimentos sociais, durante o período eleitoral. O recorte político é tão nítido quanto amplo: Defendemos a liberdade de Lula, somos contra Bolsonaro e antifascistas. Quem concorda com estes pressupostos, é bem vindo a chegar e construir junto a programação da Esquina. A ideia é ser algo amplo o suficiente para abarcar, especialmente no segundo turno, todas as forças políticas e sociais que se reúnam para construir uma grande frente democrática e antifascismo no Brasil. Em paralelo temos ainda construído uma intensa programação cultural, já no primeiro turno, e conquistado a adesão dos moradores e da comunidade do entorno para o projeto.

3 – Como tem sido a adesão do público à Esquina da Democracia ?

Excelente. Estamos com programação desde o dia 22 de setembro, e nossa grade de atividades conta com nomes como Dorina, B Negão, Digital Dubs, MC Carol, Yasmin Alves, Bia Aparecida, Pagode do Biro, Hip Hop Lapa e vários artistas e movimentos culturais que estão se somando. Estamos revitalizando o lugar, que já foi o epicentro do samba e do choro cariocas mas que passa hoje por um processo de degradação e esvaziamento por conta da crise econômica. Esta semana será de atividade intensa, e para o segundo turno contaremos ainda com a adesão de todas e todos que queiram construir uma resistência política e cultural democrática e antifascista.

4 – Esse projeto pode ajudar no combate ao fascismo que ganha força no Rio e no Brasil?

Sem dúvidas. Acreditamos que faz falta à esquerda no Rio de Janeiro ambientes comuns, de encontro e congraçamento, que contribuam para superar as disputas fratricidas que por vezes acontecem dentro do nosso campo. Acreditamos que a mesa de bar é ainda um dos principais ambientes do debate de ideias, e a Esquina da Democracia quer ser este ponto de encontro das ideias avançadas contra o atraso, no coração da cidade do Rio de Janeiro.