'O governo Temer é ruim, mas o plano do Bolsonaro é pior', diz Haddad

Em entrevista à rádio Super, de Mina Gerais, o candidato à presidente Fernando Haddad (PT) afirmou que o golpe de 2016, que levou Michel Temer ao poder, só trouxe prejuízos aos país, mas enfatizou que o plano econômico apresentado por Jair Bolsonaro (PSL) é pior do que o aplicado por Temer.

Haddad em Guarulhos - Ricardo Stuckert

"Quem acha que com Temer está ruim, precisa saber o que é o programa do Bolsonaro, que é vender o país, vender as riquezas, de cortar direitos, é um problema que nós estamos passando", destacou Haddad.

O presidenciável, no entanto, destacou que sua proposta é rever todas as medidas do governo Temer "e botar ordem no país no dia 7 de outubro, retomando um projeto que estava dando certo". Haddad defende a revogação da reforma trabalhista e da Emend 95, do teto de gastos.

"Ele, até hoje, não disse nada. A não ser cortar o décimo terceiro, cobrar imposto de renda dos pobres, cortar o Bolsa Família, reintroduzir a CPMF. Ele não diz mais nada, ele vai ter que dizer o que quer", destacou.

Fake News

O candidato da coligação O Povo Feliz de Novo também voltou a denunciar a campanha suja feita por Bolsonaro nas redes sociais, com o que chamou de avalanche de fake news que tem sido distribuída.

"Tem um problema, que são as mentiras que ele está distribuindo na internet. Ela está acusando a Manuela d'Ávila [vive na chapa de Haddad] de ser contra Jesus Cristo. Imagina, uma pessoa que frequenta a igreja. Está me acusando de distribuir material impróprio nas escolas públicas, como se as professoras, não fossem elas próprias as guardiãs das nossas crianças. Como se fosse possível fazer o que ele me acusa de ter feito. Então é uma pessoa totalmente irresponsável, mas que se Deus quiser vai ter que vir pro debate. Ele não vai poder se esconder atrás de atestado médico", disse o candidato.

Ao fazer um balanço sobre a campanha, Haddad disse que está confiante, pois "fizemos uma bela campanha".

"Ontem participamos do último debate e acho que as nossas propostas ficaram mais claras. Estou mais confiante do que nunca nessa eleição. E, no segundo turno, nós queremos discutir também um pouco a sociedade. A gente fica muito tempo discutindo entre nós, classe política, e acaba prestando pouco a atenção no que o cidadão espera de nós. Eu acho que o diálogo que nós temos que estabelecer em primeiro lugar, é com os amplos setores da sociedade, porquê? Por que a democracia está em risco", advertiu.

Haddad enfatizou que "Bolsonaro não é um democrata" e lembrou que o candidato ultraconservador já disse que não aceitará o resultado eleitoral se perder.

"Ele faz ameaças de guerra em relação a alguns vizinhos nossos, já disse que vai armar a população por que não tem como contratar policial por conta do congelamento de gastos. É uma série de questões que fazem muita gente temer o que está por vir. Então a nossa proposta é uma proposta pela democracia. Para fortalecer a democracia. Nós temos que ampliar o debate com a sociedade. Tem que envolver a sociedade. Então a minha primeira preocupação é sinalizar à sociedade um amplo acordo pra fortalecer as instituições democráticas e gerar postos de trabalho, gerar emprego. O quê o povo quer? Carteira de trabalho assinada em uma mão e um livro na outra. É o que eu digo, trabalho e educação resolve qualquer crise", declarou.