Haddad sobre Bolsonaro: 'Se ele fosse valente me enfrentaria olho no olho'

Em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, nesta quarta-feira (3), o candidato Fernando Haddad (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PSL) é uma ameaça à democracia, ao direito dos trabalhadores e à paz social no Brasil.

Haddad no Rio de Janeiro - Ricardo Stuckert

Ele denunciou o ataque com fake news nas redes sociais, principalmente pelo Whatsapp, feita pela campanha de Bolsonaro, classificando como uma “baixaria”, com “mensagens mentirosas” contra sua campanha.

“Se ele fosse valente como diz que é, enfrentaria olho no olho e não no WhatsApp, que é coisa de covarde”, afirmou Haddad. Neta quarta, o médico de Bolsonaro vetou a participação dele no debate da Globo marcado para esta quinta (4).

“Ele está falando coisas contra a família brasileira, contra a escola pública brasileira, contra as professoras brasileiras. […] Eles tão fazendo coisas que são a maior baixaria do mundo”, acrescentou.

Haddad disse ainda que Bolsonaro representa uma escalada de violência e ameaça aos trabalhadores.

“Cortar direito dos trabalhos, 13º salário, férias, cobrar imposto de renda de pobre, vender as estatais, arrumar confusão com vizinho. Isso é agenda do Bolsonaro”, afirmou.

Segundo o presidenciável, a campanha de Bolsonaro busca confundir a opinião pública de pessoas religiosas e de boa fé com mentiras. “Estamos numa corrida de gato e rato. É difícil porque o Twitter, o Facebook são públicos, mas no WhatsApp não conseguimos correr atrás [de desfazer os boatos] com tanta eficiência”, afirmou Haddad.

Ele lembrou que, na Alemanha nazista e na Itália fascista, as pessoas também votaram em discursos de pessoas parecidas com Bolsonaro, que defendem o corte de direitos dos trabalhadores e a escalada do armamentismo.

“Estamos com ameaça à democracia e aos direitos e paz sociais do Brasil”, disse. “Não se pode governar ameaçando fechar o Congresso, querendo aprovar uma Constituição sem passar pelo Congresso”, afirmou.

Ao falar sobre as duas propostas para o país, Haddad reafirmou que o sistema financeiro será “enquadrado” e o Banco Central (BC) não vai apenas regular a Selic, mas também os juros que os bancos cobram do consumidor e dos empresários.

“Todos os bancos vão ter que aceitar essa regulação, sobretudo os privados, contra o cartel instalado. Está previsto na Constituição”, reafirmou Haddad.

Ele também rebateu as propostas do economista de Bolsonaro, Paulo Guedes. “Ele é a única pessoa em que Bolsonaro confia e é um banqueiro. Os banqueiros acham que o Brasil só volta a crescer se os pobres ganharem menos e os empresários ganharem mais”, afirmou.