Haddad: "Quando alguém contesta o 13º está contestando um direito"

Em ato de campanha em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o candidato a presidente Fernando Haddad (PT), criticou as declarações do general Hamilton Mourão (PRTB), vice do Jair Bolsonaro (PSL), propondo a extinção do salário mínimo.

Haddad no Rio de Janeiro - Ricardo Stuckert

“Quando alguém contesta o 13º está contestando um direito. Quando alguém contesta o Bolsa Família, está contestando um direito. Quando alguém diz que o pobre tem que pagar imposto, desconhece que quem mais paga imposto no Brasil é o pobre”, disse Haddad sob aplausos de populares, nesta terça-feira (2).

Ele reforçou que a sua proposta de governo é “devolver o imposto de renda para a pessoa consumir e aquecer a economia, e com isso o empresário voltar a contratar”.

Segundo o presidenciável, “o mundo do Bolsonaro, do Alckmin e do Meirelles é completamente diferente do mundo que o Lula encarna” e que ele e a sua coligação representam.

Haddad não poupou críticas ao candidato ultraconservador. “Bolsonaro não fez 10% do que eu fiz para o Rio de Janeiro", afirmou ele, citando a entrega de campus universitários, unidade do Instituto Federal, unidade do Pedro II – que é uma das melhores escolas públicas do Brasil. “O que tem de bolsa do Prouni e do Fies, tudo feito pelo Ministério da Educação quando eu tive a honra de ser ministro do governo Lula”, recordou.

“Em todas as regiões do estado eu coloquei um campo universitário. Eu coloquei uma sede do Cefet e do instituto federal. A quantidade de bolsas oferecidos pelo Prouni, só perde para São Paulo que tem o dobro do tamanho”, enfatizou.

Mais cedo Haddad participou de caminhada em Campo Grande, também no Rio de Janeiro, e falou ao povo sobre o plano de governo nas áreas de economia, segurança, saúde e educação.

“Precisamos interromper as reformas do Temer apoiadas por três candidatos (Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro e Marina Silva), que visam cortar os direitos trabalhistas com a reforma e aumento do Imposto de Renda dos mais pobres, com uma alíquota única para todo mundo”.

De acordo com ele, essa medida significa que quanto menos dinheiro tiver no bolso, menos o povo vai comprar e o empreendedor ou microempresário será afetado, porque terá menos gente comprando. Para Haddad, o que acontece na economia hoje é um ciclo vicioso e quanto mais cortar o direito do povo, mais o consumo irá cair, então não haverá investimento e por isso não tem emprego.

Na área de segurança, Haddad mencionou que o tema hoje é estadual e os estados não estão dando conta, mas o que tem que ser feito é diferente do que acontece hoje no Rio de Janeiro. “Nós temos que ter mais polícia civil e federal no Rio de Janeiro. A polícia federal vai vir para cá com a inteligência que tem para combater o crime organizado que se formou aqui”.

Haddad explicou que irá federalizar a investigação de alguns crimes para que a polícia militar e civil possam fazer o seu trabalho no combate ao homicídio, ao feminicídio, ao roubo e ao estupro.

Sobre saúde, o candidato afirmou que a atenção básica melhorou, mas que ainda há muito a fazer com relação à média complexidade – o médico especialista, a equipe de saúde. “Nós vamos estender o Mais Médicos, a formação multiprofissional para a saúde melhorar, sobretudo de especialidade. O povo pede mais atenção na especialidade”.

Em educação, Haddad lembrou de quando foi ministro de Lula e ajudou a incluir o negro, o pobre e o filho do trabalhador nas universidades. Em seu governo, irá atuar fortemente no Rio de Janeiro, uma vez que o ensino médio estadual não vai bem lá. “Nós vamos adotar o ensino médio estadual para todo jovem brasileiro promover um desempenho adequado no Enem, poder fazer uma universidade ou ir para o mercado de trabalho que nós vamos aquecer gerando emprego”.