No Recife, 250 mil vozes gritam em alto e bom som: #EleNão #EleNunca  

Pelo menos 250 mil pessoas participaram do ato Mulheres Unidas Contra Bolsonaro – #EleNão, no Recife, sábado (29), segundo estimativas de Carol Correia, uma das coordenadoras do evento. “Somos contra o fascismo que ameaça a sociedade brasileira e que encontra em Bolsonaro a sua grande figura. Essa passeata conseguiu juntar grupos sociais diferentes, que são contrários ao que ele prega”, destacou.  

No Recife, 250 mil vozes gritaram em alto e bom som: #EleNão #EleNunca - Diego Galba/Assessoria Luciana

Já a presidenta nacional do PCdoB e candidata a vice-governadora na chapa da Frente Popular de Pernambuco, Luciana Santos, subiu ao palanque armado na concentração na Praça do Derby para fazer um chamamento à resistência. “Vamos à luta, enfrentar o obscuro. Somos pernambucanas de raça, as heroínas do Tejucupapo”, conclamou. Luciana foi uma das mulheres que se revezaram ao microfone enquanto crescia o número de mulheres, homens e crianças que atenderam à convocação contra o fascismo e pelo Brasil veiculada, principalmente, nas redes socais.

Também presente à mobilização, o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, destacou a ocorrência de um co-protagonismo das mulheres. “Isso traz um elemento estratégico para o futuro do país. O movimento civilizatório só avança com a igualdade de gênero”, comentou o dirigente comunista. O ato contra Bolsonaro, segundo a organização, contou com a participação de 26 entidades, entre sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais, de mulheres e jovens, além de milhares de pessoas sem vínculos a quaisquer entidades, com amplo protagonismo feminino.

Médicos pela Democracia

Além de participarem ativamente do ato contra Bolsonaro, mais de 500 médicas e médicos pernambucanas/os assinaram manifesto contra o candidato à presidência de República pelo PSL. O documento foi publicado sábado (29), no Diario de Pernambuco. Nele, os profissionais da Saúde afirmam: “Somos um grupo de suprapartidário que surgiu da angústia de ver no meio médico a força das ideias e opiniões de quem apoia o candidato Jair Bolsonaro. Muitos aqui já se sentiram desconfortáveis em redes sociais de trabalho e de faculdade pelo que os colegas escrevem para apoiá-lo”.

Foto: Diego Galba

Em outro trecho do manifesto, os médicos/as destacam: “Nunca tivemos uma nação tão dividida politicamente (…). A democracia foi colocada à beira do abismo. A intolerância, a mola que impulsiona o regime não democrático, é uma grave ameação ao estado democrático de direito (…). A liberdade de pensamento contribui de forma gradativa para uma sociedade mais justa. (…) Na nossa visão de grupo não se deve administrar uma nação com intolerância e preconceitos e como grupo independente de médicos e de estudantes de medicina entendemos ser necessário refutar aqueles que trazem publicamente em seu discurso menções e atitudes que sugiram tais pensamentos os quais podem subtrair ‘o mínimo existencial ea concretização do princípio da dignidade humana’”.

Do Recife, Audicéa Rodrigues