Haddad: “Quem vai corrigir tudo que eles fizeram de errado é o voto”

Ao lado da companheira de chapa e deputada estadual gaúcha, Manuela d’Ávila (PCdoB), o presidenciável Fernando Haddad (PT), cumpriu agenda em várias cidades do Rios Grande do Sul nesta quinta-feira (27). Em um ato na cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, Haddad voltou a falar sobre a importância das eleições de 7 de outubro para derrotar as ameaças à democracia.

Por Dayane Santos

Haddad e Manuela em Canoas - Reprodução

“Precisamos botar na cabeça: não é com violência, não é com guerra, não é com ditadura. Não é assim que a França virou a França, que a Inglaterra virou Inglaterra. Não foi assim que o mundo se desenvolveu. O mundo se desenvolveu investindo nas pessoas. Cuidando das pessoas. Gostando das pessoas. A política serve para isso”, enfatizou Haddad, em uma clara referência ao discurso de intolerância e ódio que tem marcada a campanha de seus adversários Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

“A política que gera intolerância, violência é a antipolítica. É um desastre e nós precisamos estar do lado do bem. Do lado do amor, da generosidade. Do lado da solidariedade. É assim que se faz política”, frisou o petista, sob aplausos de centenas de pessoas que tomaram a praça na região central da cidade.

“Quem vai corrigir tudo que eles fizeram de errado é o voto de vocês”, frisou o candidato de Lula. “Todo mundo sabe que o Brasil pode voltar a ser feliz. Tem gente que quer um rênio numa mão e um revólver na outra. Nós queremos um giz numa mão e um livro na outra”, defendeu.

Segundo ele, um presidiário no Brasil custa R$ 40 mil. Já um estudante do ensino médio custa R$ 5 mil. “E é esse estudante de ensino médio que está precisando de apoio”, acrescentou.

Legado de Lula e Dilma

Resgatando o legado dos 12 anos de governo Lula e Dilma, Haddad lembrou esse período o país avançou nas políticas públicas na área da educação.

“Eu, quando fui ministro da Educação, abri mais escolas técnicas do que todos os antecessores somados. Abri mais campos universitários do que todos os meus antecessores somados. Então, nós fizemos em 8 anos o que eles não fizeram em 100”, apontou Haddad, destacando que não existiam programas como Prouni, Fies sem fiador e o Sisu.

“Eu duvido que vocês não conheçam alguém que não tenha sido formado ou pelo Fies, ou pelo Prouni ou pelo Sisu. Porque o Sisu fomos nós que criamos, o Fies sem fiador fomos nós que inventamos. O Prouni fomos nós que inventamos. E nós não vamos parar de inventar até todo mundo se educar”, advertiu.

E completa: “Nós temos uma fixação desde que assumimos o governo federal porque vimos a transformação acontecer. Essa mesma transformação que nós queremos voltar a ver”.

Eleger governadores e parlamentares

No discurso, Haddad defendeu a eleição de candidatos comprometidos com as bandeiras do povo para ajudar a rev9ogar as medidas e retrocesso do governo golpista de Michel Temer, como a Emenda 95, do teto de gastos, e a reforma trabalhista que prejudica o trabalhador. Segundo ele, elegendo uma boa bancada de deputados e senadores, “vai ajudar a tomar as medidas necessárias para equilibrar as contas, sem prejudicar o trabalhador, sem prejudicar os mais pobres”.

Ele criticou a proposta apresentada pelo guru econômico de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, que defende o aumento da alíquota de imposto de renda dos mais pobres, que já comprometem a maior parte da sua renda quando pagam imposto em tudo que consomem.

“Quanto mais pobre se é no Brasil, mais imposto paga porque o imposto está todo embutido no preço das mercadorias”, disse Haddad, destacando que a proposta de Bolsonaro é garantir aos que mais tem renda, que pague menos imposto.

“Como assim? Não tem uma alíquota mais alta para quem ganha mais? Qual o truque que eles fizeram: quem recebe dividendo está isento de pagar imposto de renda. Então, os donos das empresas recebem os dividendos e não pagam imposto. O trabalhador paga na fonte. Alguém acha isso justo? É isso que queremos rever”, explicou.

Haddad também voltou a criticar a política de juro e crédito aplicada pelos bancos no país. “Se você for num banco com R$ 10 mil e perguntar: Quero depositar esses dez mil, quanto vou ter no fim do ano? O banco vai dizer que vai te pagar de 6 a 7% por ano. Mas se você disser que precisa de dez mil, terá que pagar R$ 20 mil para o banqueiro”, destacou. “Isso é agiotagem. É um agiota, não um banqueiro”, repudiou.

“Queremos enquadrar os bancos para os juros do tomador cair e você poder abrir um negócio, pagar as suas dívidas. Poder ir numa loja e fazer um crediário”, defendeu. Para Haddad, o compromisso de seus adversários da direita conservadora é com os bancos. “Mas nós temos compromisso com vocês”, completou.