Vice de Anastasia abandona Alckmin: 'Precisamos dar as mãos ao Bolsonaro'

Uma especulação de bastidores sobre a campanha de Geraldo Alckmin, candidato a presidente pelo PSDB, começa a ganhar mais força aumentando o clima de crise no ninho tucano. Isso porque havia uma conversa circulando de que os aliados do chamado centrão estavam insatisfeitos com a campanha do ex-governador e já estariam de malas prontas para abandonar o barco de Alckmin.

marcos-montes-psd - PSD

Sem conseguir decolar nas pesquisas de intenção de voto – registrando apenas 8% no Ibope – , mesmo tendo o maior tempo de rádio e TV, Alckmin enfrentava a deserção de aliados. Em Minas Gerais, o vice do tucano Antonio Anastasia (PSDB), o deputado Marcos Montes (PSD), já disse que dificilmente Alckmin estará na fase decisiva da eleição, ou seja, no segundo turno e, por isso, vai apoiar Jair Bolsonaro (PSL).

Alckmin tem usado a estratégia do voto útil para defender o voto em sua candidatura, mas pelo jeito não consegue convencer nem os aliados mais próximos, imagine o eleitorado.

De acordo com matéria publicada no site Congresso em Foco, durante reunião com correligionários em Patrocínio (MG), Montes defendeu que Anastasia também se junte ao candidato do PSL.

Segundo ele, Alckmin o mais preparado entre os presidenciáveis, mas entende que “lamentavelmente a sociedade brasileira começa a enxergar que não é o seu momento”.

“Começa a ver que seus números não avançam e, com isso, acende-se o sinal amarelo indo para o vermelho”, disse ele.

O voto em Bolsonaro, segundo Marcos Montes, é porque ele considera que o mais importante é não permitir a volta do PT ao governo.

“A partir do momento em que eu e o professor Anastasia acharmos que o candidato Alckmin não vai realmente para o segundo turno, nós precisamos dar as mãos ao candidato Bolsonaro”, declarou. “Não cabe a nós olhar para o nosso próprio umbigo. Temos de olhar para o Brasil, não podemos deixar o Brasil voltar para o passado”, defendeu.

A declaração caiu como uma bomba e rapidamente Anastasia teve que soltar uma nota para explicar e tese defendida pelo vice. O tucano disse que Montes trabalhou com cenário hipotético com o qual ele não trabalha.

“O meu candidato a presidente da República, como o de meu vice Marcos Montes, é Geraldo Alckmin. Na palestra Marcos fala sobre uma possibilidade hipotética com a qual não trabalhamos. Vamos continuar batalhando firmes pela vitória de Alckmin em Minas e no Brasil”, diz Anastasia na nora.

Apesar de Anastasia dizer que Alckmin está com tudo, outros parlamentares seguiram a tese de Montes, como o deputado Lincoln Portela (PR), que apoia Anastasia, sempre esteve com Bolsonaro.

“Ele tem mais de 200 candidatos na faixa de 20, 30 mil votos que estão surfando na ‘onda Bolsonaro’. Ele não precisa do tempo de TV, não precisa pegar apoio. Quanto mais o Alckmin continuar batendo, melhor vai ser para o Bolsonaro”, disse.