Temer diz na ONU que Brasil "cresce e gera empregos"

Prestes a deixar o governo sendo o presidente mais rejeitado da história, Michel Temer assinou nos anais da história o seu atestado de ilegitimidade ao fazer, nesta terça-feira (25), o último discurso como presidente do Brasil na Assembleia Geral da ONU. Diante de diversos chefes de estado, Temer mentiu. Disse que o Brasil cresce e gera empregos e que os programas sociais foram ampliados.

Temer na ONU - AFP

"O País que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a ter rumo", declarou o ilegítimo, que chegou ao poder por meio de um golpe em 2016.

Temos 12,9 milhões de brasileiros (ou 12,3% da força de trabalho), segundo os dados do IBGE, desempregados.

O Brasil tradicionalmente abre o debate da Assembleia geral da ONU há sete décadas, iniciada pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha. Sem prestígio, o discurso feito fuma concessão protocolar. Isolado, Temer foi ignorado na véspera pelo anfitrião Donald Trump, que não o convidou para o jantar oferecido aos líderes mundiais presentes ao evento.

No discurso, ele disse que vai transmitir o cargo "com a tranquilidade do dever cumprido". Considerado como um traidor a pátria, Temer disse que sua gestão venceu "a pior recessão de nossa história – recessão com severas consequências para a sociedade, sobretudo para os mais pobres".

"Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia”, disse ele, ao se referir sobre o teto de gastos, que cortou programas sociais e congelou os investimentos públicos por 20 anos.

Sobre a política internacional, Temer também faltou com a verdade. Com uma política de ingerência, o Brasil enfraqueceu a sua posição frente ao cenário internacional, a ponto do Brasil ser ignorado.

Enquanto contribui para o clima de instabilidade na região da América Latina, principalmente contra a Venezuela, Temer afirmou na ONU que o Brasil “responde com mais abertura" e "mais integração” ao isolacionismo.