Novo presidente de Cuba vai denunciar bloqueio dos EUA na ONU

O presidente eleito recentemente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, vai aproveitar a 73ª Assembleia Geral da ONU, que começa nesta terça-feira (25), para denunciar o bloqueio econômico dos EUA contra seu país que dura mais de meio século.

Por Mariana Serafini

Miguel Díaz-Canel - Prensa Latina

Díaz-Canel chegou em Nova York neste domingo para participar do evento e anunciou que seu objetivo é denunciar o bloqueio dos Estados Unidos contra a ilha que causam prejuízos irreparáveis ao povo cubano. Nos últimos anos a postura dos demais países membros do organismo tem avançado com relação à questão cubana e em 2017 apenas duas nações votaram pela manutenção do bloqueio: Estados Unidos e Israel, a ampla maioria votou contra e alguns se abstiveram.

Ao chegar nos EUA, Díaz-Canel falou à imprensa que neste momento as relações entre os dois países passam por um período de retrocesso. Durante a gestão de Barack Obana e Raúl Castro, as relações bilaterais tiveram avanços significativos e as embaixadas foram reabertas nos dois territórios.

Segundo o presidente, o bloqueio dos Estados Unidos “já fracassou e seguirá fracassando”. Porém, trata-se do mais longo bloqueio econômico imposto sobre um país e condenou todas as gerações de cubanos nascidos após a revolução de 1959.

Com o bloqueio, Cuba tem negociações comerciais restringidas a poucos países, desta forma, não consegue importar produtos básicos e não teve condições de avançar em áreas fundamentais para o desenvolvimento como a medicina e a engenharia devido aos entraves tecnológicos que a medida imperialista causou. Anualmente o país divulga um relatório minucioso sobre os impactos do bloqueio que afetam diretamente a vida do povo cubano.

Para o presidente cubano, a gestão de Donald Trump nos Estados Unidos resgatou o clima de tensão que os dois países estavam conseguindo superar. “O governo dos EUA traz uma administração que voltou a retomar o discurso da guerra fria, revitalizou a Doutrina Monroe e que, portanto, é uma administração com a qual é difícil avançar em uma relação de igualdade”, denunciou Díaz-Canel.

Anunciou ainda que sua segunda mensagem à Assembleia Geral da ONU será um pedido de paz e solidariedade. “Temos desejos de construir um mundo melhor e de aportar como o pequeno país que somos nosso modesto esforço nesta construção. Estamos certos de que é possível”.

A Assembleia Geral da ONU começa nesta terça-feira, historicamente a primeira fala na cerimônia de abertura é do Brasil. Michel Temer viajou para Nova York na tarde deste domingo (23) para abrir o evento.