Papa aceita renúncia de mais dois bispos chilenos acusados de abuso

O papa Francisco aceitou a renúncia de mais dois bispos chilenos nesta sexta-feira (21), dando sequência à série de escândalos envolvendo denúncias de abuso sexual. Os dois são investigados pela Justiça por suposto envolvimento nos casos.

Papa Francisco no Chile - AP

Os clérigos que apresentaram a demissão foram Dom Carlos Eduardo Pellegrin Barrera e Crístian Enriques Molina, das dioceses de San Bartlomé Chillan e San Felipe, ambas na interior do país.

Segundo comunicado emitido pelo Vaticano, os bispos foram substituídos de forma temporária por administradores apostólicos. Os sacerdotes interinos, membros da cúpula local, ocuparão os postos até o pontífice designar novos nomes para o bispado.

Os dois casos se somam a cinco outras renúncias feitas por bispos em junho, todos membros da Igreja Católica do Chile. Todo o corpo do alto clero do país chegou a viajar a Roma, no dia 18 de maio, para apresentar demissão ao papa Francisco.

Os pedidos têm relação com supostas ocultações de abusos por parte dos principais nomes da Igreja. Ao todo, 176 religiosos são investigados atualmente por participação ou cumplicidade em casos de crimes sexuais.

Crise pelo mundo

Ao longo de 2018, o papa Francisco se posicionou sobre os casos em diversas oportunidades, algumas também envolvendo polêmicas nas igrejas da Irlanda, Austrália e Estados Unidos.

Em agosto, a Justiça do Estado norte-americano da Pensilvânia revelou um relatório em que 301 padres teriam abusado sexualmente de menores durante sete décadas.