Pesquisa XP/Ipespe: Haddad dobra intenções de voto e chega a 16%

Pesquisa XP/Ipespe, realizada entre 17 e 19 de setembro e divulgada nesta sexta-feira (21), comprova o crescimento de Fernando Haddad (PT) e a tendência de que ele dispute o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).

Haddad Manu - Foto: Ricardo Stuckert

Em duas semanas, o candidato da aliança “O Povo Feliz de Novo” (PT-PCdoB-Pros) dobrou a intenção de voto e chegou a 16% – sendo 6 pontos desde o último levantamento da XP, há uma semana. Bolsonaro oscilou 2 pontos porcentuais para mais e chegou a 28%. Os números são semelhantes ao da última pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, que trouxe Bolsonaro com os mesmos 28% e Haddad com 16%.

Com o avanço, Haddad abriu 5 pontos sobre Ciro Gomes (PDT), que oscilou negativamente 1 ponto e agora tem 11% das intenções de voto. Na simulação de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, a pesquisa revela um empate técnico, por 41% a 38%, com vantagem para o deputado.

Marina Silva (Rede) manteve a tendência de queda e atingiu 6% ante 8% da consulta anterior. Ela está atrás de Geraldo Alckmin (PSDB), que também caiu, de 9% para 7%. João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos) somam 3% cada. Henrique Meirelles (MDB) tem 2% e Cabo Daciolo (Patriota) 1%. Os outros candidatos não pontuaram.

Haddad se destaca

Em uma semana, Haddad saltou de 19% para 25% nas intenções de voto no Nordeste e agora lidera a disputa na região.Ele também apresentou crescimento significativo no Sudeste neste período: de 7% para 12%. O avanço se deu de forma equilibrada entre as faixas etárias, mas foi mais intenso entre eleitores com ensino médio (de 5% para 13%) e renda familiar mensal de até dois salários mínimos (de 10% para 17%), segmentos em que o lulismo se faz mais presente. 

Com o forte avanço, Haddad conseguiu abrir uma vantagem de 5 pontos sobre Ciro Gomes (PDT), com quem aparecia tecnicamente empatado em levantamentos anteriores. O pedetista oscilou negativamente 1% e agora tem 11% das intenções de voto. Ele é o candidato mais bem visto pelos eleitores de adversários como segunda opção de voto ao longo deste processo eleitoral, embora também seja um dos que mais corre risco de ser negativamente afetado pelo chamado “voto útil”. Segundo o levantamento, 54% dos apoiadores de Ciro admitem a possibilidade de votar em outro candidato para evitar a ida ao segundo turno de um candidato indesejado. A pesquisa também mostrou que Ciro é o único candidato que hoje supera Bolsonaro por diferença acima da margem de erro (veja os detalhes nos cenários de segundo turno).

Dono da maior fatia de tempo no horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) não consegue romper a resistência dos 10% de intenções de voto. Desta vez, o tucano aparece com 7%, em uma oscilação negativa de 2% em comparação com a última pesquisa, o que o mantém em condição de empate técnico com a ex-senadora Marina Silva (Rede), que tem 6% – menos da metade do que tinha há três semanas. A quase duas semanas do primeiro turno e com a viabilidade de suas candidaturas posta em questionamento, os dois candidatos correm riscos crescentes de sofrerem com os efeitos do “voto útil”. Segundo o levantamento, 52% dos eleitores da ex-senadora e 42% dos apoiadores do tucano admitem a possibilidade de trocar de candidato para evitar uma disputa de segundo turno com um candidato indesejado.

O nome mais exposto a este efeito negativo do “voto útil” seria o senador Álvaro Dias (Podemos), com 60% de seus eleitores admitindo essa possibilidade. Por um cruzamento de dados da pesquisa, os apoiadores do parlamentar se dividem entre Alckmin e Bolsonaro como segunda opção de voto. Dias tem 3% das intenções de voto, mesmo percentual do empresário João Amoêdo (Novo). O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) tem 2%, ao passo que o deputado Cabo Daciolo (Patriotas) aparece com 1%. Outros candidatos não pontuaram na pesquisa.

Foram consultados 2.000 eleitores por telefone entre 17 e 19 de setembro. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais.