Justiça argentina pede prisão preventiva de Cristina Kirchner 

Pela segunda vez a Justiça argentina pediu a prisão preventiva da ex-presidenta e atual senadora Cristina Kirchner. Desta vez ela é acusada de “associação ilícita” a um esquema de corrupção que envolvia empresários e funcionários do governo. No final de 2017 tentaram prendê-la acusando-a de crime de lesa-pátria.

Cristina Kirchner - Reuters

Nesta segunda-feira (17) o juiz que investiga o caso pediu que seja retirado o foro privilegiado que Cristina tem por ser senadora. Se o Congresso aprovar o pedido, ela pode ser presa de forma preventiva, sem as provas necessárias para mantê-la no cárcere.

A investigação é feita com base nos “cadernos da corrupção”, documentos pertencentes ao ex-funcionário do Ministério do Planejamento, Oscar Centeno, que supostamente fez anotações sobre o fluxo de dinheiro que circulou durante os governos kirchneristas (Néstor e Cristina Kirchner – 2003 a 2015) e os respectivos destinatários.

É a primeira vez que a Justiça argentina faz uma investigação com base nos depoimentos do “arrependido”. O modelo é parecido ao da “delação premiada no Brasil”, e, como aqui, ditou a prisão preventiva de uma série de empresários e funcionários do governo.

Com base nos depoimentos destes empresários presos, a Justiça determinou a prisão da ex-presidenta por acreditar que ela sabia do esquema de corrução.

Um dos advogados de Cristina, Miguel Ángel Pichett, disse que dificilmente o Congresso vai aprovar o pedido do juiz porque “não há conteúdo integral de sentença condenatória” para demonstrar a culpa da ex-presidenta.

O caso de Cristina se assemelha ao de outros líderes latino-americanos perseguidos pela justiça em seus países, entre eles Lula no Brasil e o ex-presidente do Equador, Rafael Correa.