TSE garante segurança da urna eletrônica para as eleições

Não é de hoje que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) critica a confiabilidade das urnas eletrônicas. Autor de uma proposta de emenda constitucional que previa a impressão do voto da urna eletrônica, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a segurança do pleito neste domingo (16), num vídeo postado em suas redes sociais, onde disse que sem a obrigatoriedade do voto impresso há chance de fraude nas eleições de outubro.

Segundo turno acontece neste domingo (29) - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

“A narrativa agora é que perderei no segundo turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta”, disse o candidato da extrema direita repetindo por antecipação o discurso de Aécio Neves (PSDB) em 2014, quando perdeu para Dilma Rousseff.

Bolsonaro, no entanto, ignora os processos de segurança pelos quais passa o sistema de votação. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) existem formas de impedir a fraude do sistema. Entre elas, testes públicos de segurança, que são obrigatórios e fazem parte da preparação da uma eleição. Os testes são acompanhados por especialistas em Ciência e Tecnologia da Informação, tanto de organismos públicos quanto de instituições privadas. Apesar de criticar o sistema, nos últimos testes realizados pelo TSE, nem Bolsonaro nem seus partidos (PSC, em 2017, ou PSL, este ano) indicaram profissionais para acompanhar os testes.

Desde abril, há um teste em curso no TSE, em que representantes dos partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional, Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e de universidades podem acessar o código-fonte das urdas urnas e buscar falhas. Mas novamente o candidato do PSL à Presidência não indicou ninguém. A inspeção ocorrerá até 5 de setembro.

Ex-presidente do TSE e atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli rebateu o discurso de Bolsonaro. “Digo apenas e tão somente que ele [Bolsonaro] sempre foi eleito através da urna eletrônica”, afirmou Toffoli após insistência dos jornalistas para que comentasse a fala do candidato.

Ele destacou ainda que existem procedimentos para garantir a segurança do pleito, além da fiscalização, incluindo a participação de observadores internacionais.

"Pela primeira vez, integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) vão acompanhar as eleições no Brasil. Eles vão mandar uma comissão. A urna eletrônica é absolutamente segura. Geralmente quem crítica a votação é quem perde", completou.

Em seu site, o TSE explica que o próprio tribunal é o responsável pelos projetos de desenvolvimento da urna eletrônica (hardware) e dos programas que fazem parte do sistema eletrônico de votação nela instalados (softwares). Toda a tecnologia utilizada na urna eletrônica dispõe de uma rede de proteção, com diversas camadas de segurança, também projetadas pelo TSE, que inviabilizam qualquer tentativa de invasão, fraude ou tentativa de burla dos sistemas eleitorais.