Mercado em desespero: Haddad assume segunda posição em pesquisa XP

Novo levantamento feito pela corretora XP, vinculada ao Banco Itaú, e realizado pelo instituto Ipespe, mostra os efeitos da decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de indicar Fernando Haddad como seu substituto na disputa presidencial. De acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14), Haddad já assume o segundo lugar, com 16%, ficando sete pontos percentuais atrás de Jair Bolsonaro (PSL), que tem 23%, com apenas três dias de campanha oficial.

Haddad e Manuela em caminhada em Osasco - Paulo Pinto

O candidato preferido do mercado, o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) continua patinando. Ciro Gomes registrou um crescimento de um ponto percentual, dentro da margem de erro, e assumiu o terceiro lugar com 11%. Alckmin ficou atrás, com 9%, seguido por Marina, com 6%, Amôedo e Álvaro Dias, com 4%, Meirelles, com 2%, e Boulos com 1%.

Nas manchetes da grande mídia, o destaque é para o suposto aumento das intenções de voto para Bolsonaro. Segundo o Infomoney, site de notícias direcionado ao setor, o presidenciável “saltou de 23% para 26% das intenções de voto no intervalo de uma semana”. Mas se a margem de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, Bolsonaro só cresceu um ponto percentual.

Já Fernando Haddad alcançou chegou a 16% das intenções de voto no cenário estimulado de primeiro turno, quando aparece como candidato indicado por Lula, e 10% no cenário sem a menção de Lula. No cenário sem a menção de Lula, o desempenho do petista representa uma oscilação positiva de 2 pontos percentuais em relação à pesquisa da semana anterior e um salto de 4 pontos comparando com levantamento de duas semanas atrás.

Neste segundo cenário, Haddad aparece tecnicamente empatado com outros três candidatos na corrida presidencial. Ciro tem apresentado uma tendência de crescimento. Apesar de ter o maior tempo de rádio e TV, Alckmin não consegue sair dos 9%; e a ex-senadora Marina Silva (Rede) dá sinais de desidratação ao sair de 13% há duas semanas para 8%.

Haddad também aponta crescimento. No Nordeste, por exemplo, ele saiu de 5% no fim de agosto para 19%, em condição de empate técnico com Ciro Gomes, que é da região e registra 21% das intenções de voto.

Quando a pesquisa é por faixa de escolaridade, Haddad cresceu de 4% para 15% entre os eleitores com ensino médio ou ensino fundamental em apenas duas semanas. Já na faixa com renda de até dois salários mínimos, o ex-prefeito paulistano foi de 4% há duas semanas para 10%.

Rejeição aos candidatos

Talvez o efeito mais direto do ataque a faca contra Bolsonaro tenha se refletido na rejeição. Quando os entrevistados eram perguntandos sobre quais candidatos não votariam em hipótese alguma, Bolsonaro apresentou recuo de 5 pontos percentuais na avaliação negativa. O parlamentar é rejeitado por 57% do eleitorado, mesmo patamar registrado no início de agosto. Agora, quem lidera a lista de rejeitados é Marina Silva, com taxa de 64%, e Geraldo Alckmin, com 60%, sendo este último em condição de empate técnico com Bolsonaro.

Desconhecido ainda por 16% dos eleitores, Haddad também registra 57% de rejeição, a mesma de Bolsonaro, o que destoa de todas as demais pesquisas, nas quais o candidato da ultradireita tem taxa de rejeição muito superior à dos demais candidatos.

Já Ciro Gomes tem 56%, contra 49% de Álvaro Dias.

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 10 e 12 de setembro, e ouviu 2.000 entrevistados em todas as regiões do país.