Mobilização feminina nas redes reúne mais de 1 milhão contra Bolsonaro

O grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, criado no Facebook, já reúne mais de um milhão e mulheres. Apenas na terça, foram cerca de 600 mil novas entradas.

Mulheres contra Bolsonaro - Reprodução

"O primeiro milhão de mulheres contra o Bolsonaro! É uma marca histórica em meio a tantos retrocessos e perseguições políticas!", escreveu Ludimilla Teixeira, publicitária que mora em Salvador, Bahia, e uma das idealizadoras e administradoras do grupo.

"São mulheres de todas as posições políticas que não aceitam votar em quem não as respeita. Somos a maioria do eleitorado.Vamos mudar a política!", afirmou a candidata a vice presidente na chapa PT-PCdoB-Pros, Manuela d'Àvila , em sua página nas redes sociais.

Bolsonaro, que é candidato a presidente pelo PSL, defesa diversas teses que vão na contramão dos avanos políticos e sociais conquistados nos últimos anos. Entre as suas pautas está a defesa de que mulheres devem ganhar menos que os homens. Em entrevista recente, o deputado declarou que a igualdade não é justa.

"Quando ela voltar [da licença-maternidade], vai ter mais um mês de férias, ou seja, trabalhou cinco meses em um ano", afirmou ele em entrevista ao jornal Zero Hora.

Ele disse ainda que não é justo a mulher ganhar igual ao homem, já que ela engravida. "Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? "Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…" Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano", disse Bolsonaro.

Sem a participação do ex-presidente Lula, que teve o seu registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro é apontado como líder nas pesquisas de intenção e votos. Mas as pesquisas também mostram que a maior rejeição ao candidato é entre o eleitorado feminino, maioria da população.

A adesão ao grupo nas redes em um curto espaço e tempo é uma demonstração dessa forte rejeição. Eventos públicos começaram a surgir a partir desse movimento. Uma manifestação está programada para o dia 29 de setembro, no Largo da Batata, em São Paulo. Nesta quarta-feira, ao menos 137 mil estavam interessados em comparecer e 36 mil já haviam confirmado presença.

Outros eventos semelhantes fazem parte do calendário divulgado no grupo. Um deles está marcado também para o dia 29 de setembro na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Diversos posts de membros também buscam criar encontros em diferentes partes do Brasil.