Henrique Meirelles: A solução para o setor elétrico é a privatização

No Encontro com Presidenciáveis, promovido na Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe) no dia 5 de setembro, o candidato pelo MDB, Henrique Meirelles, disse que não é um político tradicional e se declarou um “novo político”.

Henrique Meirelles - Foto: ReproduçãoDANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Mas perguntado se daria cargos num eventual governo dele para Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Romero Jucá, todos do MDB e respondendo a processos por corrupção na Justiça, Meirelles desconversou.

“Eu não tomo decisão antes da hora. Seria o mesmo que fazer o peru na véspera de Natal”, brincou Meirelles, que até o presente momento aparece em pesquisas de intenção de voto com apenas 1%.

Setor elétrico

Por meio de vídeo, a dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, perguntou qual é a proposta de Meirelles para o modelo de setor elétrico brasileiro, “de modo a evitar a explosão tarifária vivida no Brasil nos últimos anos”.

Para Meirelles, a solução é a privatizar a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras. “Primeiro é preciso recuperar os investimentos, depois desestatizar para entrar capital privado. O Estado mantém uma fatia, mas não o controle. Aí teremos energia mais barata, com melhor qualidade, mesmo em áreas rurais remotas”, disse.

Mas na prática, a realidade é bem diferente do que disse o candidato. Os estados que privatizaram as empresas de distribuição de energia passaram a ter contas de luz ainda mais caras e a qualidade do serviço prestado à população alcançou índices de rejeição alarmantes.

Para se ter uma noção do problema, essas empresas privadas de distribuição de energia estão no topo do ranking de reclamações nos Procons estaduais.

Aliado de Temer

Meirelles, que assumiu o Ministério da Fazenda no governo Temer, foi um dos responsáveis pelas propostas aprovadas no Congresso como o congelamento dos investimentos em saúde, educação e cultura por 20 anos, além da terceirização irrestrita, reforma trabalhista e a tentativa de aprovar a reforma da Previdência.

O candidato foi perguntado sobre como fará para convencer o eleitorado, especialmente os trabalhadores, uma vez que essas medidas são extremamente impopulares. Meirelles acredita que essas políticas ajudaram a diminuir a inflação e a gerar empregos. “Teve muito emprego sim”, destacou. Em sua plataforma de governo, o candidato promete 10 milhões de empregos.

Mas segundo IBGE, o número de trabalhadores sem carteira assinada aumentou 5,7% em 2017 e os rendimentos deles foram menor 44% em relação a quem trabalha formalizado.