Alemanha discute monitorar partido de extrema-direita

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) esteve envolvido nas últimas manifestações neonazistas na Alemanha e tem ligação com grupos anti-islâmicos investigada

neonazistas chemnitz

Cresce no país a pressão para que o governo federal passe a vigiar a AfD, suspeita de ter ligação com o grupo anti-islâmico Pegida. Os estados de Bremen e Baixa Saxônia já anunciaram que irão monitorar a ala jovem do partido em suas áreas. 

A vigilância da AfD pelos serviços de segurança internos é defendida por vários políticos do Partido Social-Democrata (SPD), enquanto o campo conservador está dividido com algumas vozes a favor e outras contra.

O partido convocou marchas e participou de forma direta em ações na cidade de Chemnitz, onde nacionalistas e neonazistas perseguiram estrangeiros e prometeram "justiça pelas próprias mãos" após a morte de um alemão ainda não esclarecida.

Uma pesquisa recente feita pelo Insituto Cívico Funke Mediengruppe e divulgada pela Folha mostra que 57% dos alemães apoiam que a AfD seja monitorada pelo governo. A sigla possui atualmente 92 das 709 cadeiras no parlamento; nas eleições de setembro de 2017, a AfD conquistou 12% dos votos, o que deixou os outros partidos e analistas preocupados. A CDU, partido conservador de Angela Merkel, acabou por renovar a coalizão com os sociais-democratas (SPD), ainda que houvessem debates internos dentro deste último- unir-se a Merkel para governar ou tornar-se oposição após o pior resultado do SPD desde o final da Segunda Guerra. 

Não é a toa que a AfD apoiou as marchas neonazistas em Chemnitz: o partido conseguiu a maioria dos seus votos utilizando-se de um discurso carregado de xenofobia e anti-imigração.