A contra-ofensiva imperialista na América Latina e no Caribe

Especialmente na Venezuela e na Nicarágua, é notável o esforço das forças intervencionistas e neoliberais na America Latina e no Caribe.

Embaixada da Nicaragua

Com o objetivo de trocar informações e opiniões sobre essa atual conjuntura social e política com os representantes diplomáticos destes países, o vice-presidente do PCdoB — Walter Sorrentino — e atual Secretário de Política e de Relações Internacionais do Partido, esteve em visita às embaixadas da Venezuela e da Nicarágua na semana passada. Walter aproveitou ambas as ocasiões para apresentar-se como novo secretário de Relações Internacionais do Partido e assim poder dar continuidade às boas relações que o PCdoB mantêm com estes dois Governos.

A primeira embaixada visitada foi a da República Bolivariana da Venezuela, onde se encontrou com o Encarregado de Negócios Freddy Efrain Meregote Flores. Duas questões mais prementes chamaram a atenção do Sr. Meregote, que foram o recente episódio ocorrido em Pacaraima, no Estado de Roraima, onde houve um conflito entre moradores locais e venezuelanos e o atentado cometido contra o presidente Nicolás Maduro, durante um evento oficial. Sobre este fato, inclusive, o PCdoB divulgou uma nota onde reafirmou seu decidido repúdio ao atentado ocorrido em Caracas, durante as comemorações dos 81 anos de existência da Guarda Nacional Bolivariana e o primeiro aniversário da Assembléia Nacional Constituinte. Segundo a mensagem do PCdoB, "o ataque, que felizmente não atingiu seu nefasto objetivo mas deixou feridos sete membros do governo, desnuda a face antidemocrática e terrorista de parte da oposição venezuelana, que age a serviço de interesses externos". Depois da declaração aberta proferida no primeiro semestre deste ano pelo atual presidente dos EUA, Donald Trump, de que poderia eventualmente invadir a Venezuela, não restam mais dúvidas sobre a disposição de forças intervencionistas agirem na Venezuela para defender os interesses estadunidenses.

A segunda visita da delegação comunista — dirigida por Sorrentino, e composta pela atual candidata a deputada federal Ana Prestes, pela ex-senadora Emília Fernandes e o jornalista Pedro de Oliveira — foi à Embaixada da República da Nicarágua, quando foram recebidos pela embaixadora Lorena Martinez, que fez um relato dos recentes processos políticos que estão em curso em seu país. Todas as informações disponíveis dão conta, segundo a embaixadora, que há um plano de desestabilização política dirigida por forças oposicionistas com ligações e interesses externos. Aos poucos, diz a embaixadora, a população vai tomando consciência dos reais interesses de grupos organizados que procuram envolver o povo nicaraguense num golpe contra o Governo de Daniel Ortega, legitimamente eleito.

Nas duas ocasiões o secretário de Relações Internacionais e vice-presidente Walter Sorrentino fez questão de afirmar que assumia a nova função na direção do PCdoB em um momento estratégico — como têm sido todos os processos eleitorais presidenciais no Brasil. Nestas atuais eleições, praticamente há dois anos de um golpe jurídico-parlamentar de tipo novo quando a presidenta Dilma Rousseff sofreu um processo de impeachment sem o devido amparo constitucional, as possibilidades são de que poderemos lutar e vencer o campo conservador e reacionário, disse Sorrentino ao ser perguntado sobre o quadro político-eleitoral. Como coordenador do Grupo Eleitoral do Partido, Sorrentino passou em revista os objetivos do Partido nestas eleições, colocando em primeiro lugar a luta pela vitória da Chapa Lula-Fernando Haddad-Manuela para a presidência da República, e em seguida a vitória da reeleição do governador Flávio Dino no Estado do Maranhão. Por último lembrou Walter a importância da eleição de uma forte bancada comunista no Parlamento brasileiro, envolvendo a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O PCdoB na legislação recentemente aprovada no Congresso, insistiu o secretário Walter, está obrigado a conquistar 1.5% dos votos para a Câmara dos Deputados, e superar 1% dos votos em pelo menos 9 estados da Federação.

Sorrentino esclareceu seus interlocutores que o melhor que poderemos fazer para fortalecer as relações de cooperação e de solidariedade entre os dois povos e dois países é vencer as eleições, retomando o anterior Projeto Nacional de Desenvolvimento, com uma política externa condizente com esses objetivos, com ênfase na unidade regional e nas articulações políticas, econômicas e sociais de instituições como a Unasul, o Mercosul, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, os BRICS entre outras. Não se pode permitir a intromissão indevida nos assuntos internos de outros países como vem fazendo de forma recorrente — aberta e veladamente — os líderes e agentes dos Estados Unidos.