Alckmin não deslancha e “traições” do centrão preocupam tucanos

O tucano Geraldo Alckmin, candidato a presidente pelo PSDB, acreditava que sua campanha iria deslanchar com o acordo que fechou com o centrão em apoio à sua candidatura. Estacionado nas pesquisas de intenção de voto, o ex-governador de São Paulo agora diz que a propaganda de rádio e TV vai mudar tudo.

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Segundo ele, o interesse da população no processo eleitoral começará a tomar corpo após o início da propaganda. “Agora é que vai começar a campanha eleitoral. Agora é que vamos saber quem efetivamente vai ser candidato”, afirmou Alckmin, que fez uma visita a Paraisópolis, na zona sul da capital paulista neste domingo (26).

Mas longe do paraíso esperado por Alckmin, a campanha do tucano já enfrenta dificuldades com os aliados. Apesar de ter a coligação com o maior número de partidos, Alckmin não ganhou fôlego para a sua campanha nos estados. O centrão, formado por DEM, PP, Solidariedade, PR e PRB, não conseguiu enquadrar os estados e liberou seus diretórios para formar coligações locais conforme seus interesses.

No Piauí, por exemplo, o senador e candidato à reeleição Ciro Nogueira (PP) declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo tendo indicado a senadora Ana Amélia (PP-RS) para o posto de vice do tucano.

No Maranhão, a situação é descrita como “terra arrasada”. Os cinco partidos da coligação apoiam a reeleição do atual governador, Flávio Dino (PCdoB). “Claro que eles não vão pedir voto para o Geraldo no palanque. O centrão no Maranhão é vermelho", disse o senador Roberto Rocha, presidente do PSDB-MA, que lançou candidatura ao governo para dar palanque a Alckmin no estado. “Se não fosse por nós, Geraldo não teria nem um lugar para tomar um copo d’água aqui.”

A crise é tanta, que a equipe de campanha criou uma força-tarefa com os diretórios estaduais do PSDB para tentar conter o que chamam de “traições” regionais.

O objetivo é supervisionar o trabalho dos demais partidos que formam a coligação para assegurar que o nome e a imagem de Alckmin circule nos estados, principalmente no Nordeste, região que o tucano é bem impopular, alcançando apenas 4% das intenções de voto, no melhor cenário.