Haddad: Ofensiva internacional vai aumentar após decisão da ONU

O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda (20) que o parecer da Organização das Nações Unidas (ONU), determinando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa ser candidato no pleito presidencial de outubro, amplia a força de Lula perante o eleitor e coloca a Justiça brasileira em xeque.

Fernando Haddad - Ricardo Stuckert

“São poucas as oportunidades quando países desafiaram as Nações Unidas (…) Agora, nossa ofensiva internacional vai aumentar a partir disso”, disse. Além de vice de Lula, Haddad é advogado e coordenador de campanha do petista, que está preso desde 7 de abril em Curitiba.

Haddad falou à imprensa no início da tarde após visitar Lula, ao lado da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). Foi o primeiro contato do ex-presidente com seu vice após a decisão da ONU, emitida na sexta-feira. “Lula está muito animado com a decisão de que pode participar das eleições com todas as prerrogativas de candidato. Isso significa que ele pode participar de debates, sabatinas e programas eleitorais de rádio e televisão”, reiterou Haddad.

Os petistas disseram estar otimistas. Ainda, para completar, de acordo com mais recente pesquisa de intenções de votos para as eleições (CNT/MDA), Lula lidera isolado a corrida pelo Planalto com 37,3% das intenções, enquanto o segundo colocado aparece com 18,8%.

Para Gleisi, as eleições brasileiras ganham maior relevância com a decisão da ONU. “A determinação não é pouca coisa. A democracia do Brasil está sendo observada pelo mundo. Não podemos deixar, de maneira nenhuma, que essa democracia seja ferida de morte. A posição é de lutar para que as autoridades brasileiras cumpram a decisão das Nações Unidas, para que possamos resgatar o processo político eleitoral brasileiro e fortalecer a democracia”, disse.

Sobre o impacto da decisão na Justiça brasileira, Haddad argumentou que “o país internalizou a convenção que torna a ONU autoridade no âmbito nacional”, o que levará o partido a ampliar ações com autoridades internacionais. “Há uma curiosidade muito grande em relação a essa decisão. Ela recebeu uma cobertura muito importante na imprensa estrangeira. Todos os jornais, como o The New York Times, o Le Monde deram, até mais do que a imprensa local. Essa ofensiva internacional vai aumentar.”