PGR apresenta recurso contra candidatura Lula

Poucas horas depois de uma multidão realizar o registro coletivo da candidatura a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um terceiro mandato presidencial, ainda na noite desta quarta-feira (15) a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a sua impugnação. Ela diz que Lula não é elegível devido à confirmação da condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Raquel Dodge - Marcos Corrêa/PR

Com a condenação, segundo Dodge, Lula estaria em condição de inelegibilidade, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Os advogados do ex-presidente afirmam que "vão enfrentar com fundamento na lei" todos os pedidos de impugnação que vierem a ser protocolados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Se pra barrar a candidatura de Lula fosse corrida dos 100m e 200m rasos, Raquel Dodge a essa altura já teria quebrado todos os recordes do velocista Usain Bolt", ironizou a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). Pelo Twitter, ela classificou a decisão como "lamentável". Segundo Gleisi, "rasa" é também "a conduta arbitrária de quem está a serviço do golpe".

Dodge pede que o requerimento do registro de candidatura seja rejeitado liminarmente, e alega também que não há efeito jurídico que habilite Lula a ser considerado candidato sub judice, quando há a possibilidade de recursos a instâncias superiores. A defesa de Lula entrou com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outro recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido da procuradora-geral será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso, sorteado relator do registro da candidatura Lula.

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), considerou "um escândalo" a pressa da procuradora-geral contra Lula. "Raquel Dodge deve estar concorrendo a uma medalhinha de honra ao mérito dos golpistas. É uma militante de carteirinha da direita!", afirmou o senador, também pelo Twitter.

Além da petição de Dodge, o TSE recebeu questionamentos da candidatura de Lula por parte de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (MBL), e do ator Alexandre Frota, que serão analisadas pelo ministro Admar Gonzaga.