Gleisi: Bolsonaro é preocupação para o tucano Alckmin, não para Lula

Em entrevista coletiva para a imprensa estrangeira, nesta segunda-feira (13), a senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, apresentou as fundamentações jurídicas e políticas para o registro da candidatura de Lula à Presidência da República, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será registrado nesta quarta-feira (15), num grande ato em Brasília. “Não é justificável deixar Lula fora do processo eleitoral. É uma agressão ao país”, afirmou Gleisi.

Gleisi e Lula

Questionado pelos correspondentes estrangeiros sobre o desempenho de candidaturas da ultradireita como do deputado Jair Bolsonaro, do PSL, Gleisi disse que a ascensão dessas candidaturas é "obra e arte do PSDB".

"Eles estimularam tanto o ódio nesse país, tanta raiva, fizeram tanta campanha violenta para cima do PT, para cima das forças progressistas, que trouxeram o Bolsonaro para a cena", salientou Gleisi, advertindo que Bolsonaro não é um problema para Lula, mas para a candidatura tucana ao Planalto, Geraldo Alckmin.

"Deram voz à extrema-direita. Tanto que me parece agora que o Alckmin está preocupado em combater o Bolsonaro para retomar o espaço. Não sei se ele vai conseguir", disse. Em todas as pesquisas, Lula vence Bolsonaro e os demais candidatos. 

Ainda sobre a candidatura de Lula, Gleisi enfatizou que ele não está com seus diretos políticos suspensos e que, por isso, o registro da sua candidatura é legal. ela lembrou ainda que a Constituição Federal assegura que candidaturas sub judice tenham os mesmos direitos que quaisquer outras candidaturas, como já mostrou decisões anteriores do TSE.

Segundo Gleisi, Lula só não vencerá a eleição se for impedido de concorrer, o que, para ela, seria uma violência.

"Você não tem eleições livres e democráticas se proibir o principal candidato de disputar", disse.

Sobre à jurisprudência, a senadora apontou que “os julgados do TSE são historicamente a favor da candidatura porque entendem que o povo é quem tem que decidir”.

Ela reforçou que para o Brasil seguir em frente com a sua democracia, a institucionalidade brasileira tem que cumprir o devido processo legal e soltar Lula. “Nós não vemos uma situação de estabilidade política no Brasil, se Lula continuar preso e se não participar do processo eleitoral”, declarou a presidenta do PT, alertando que o Brasil não está vivendo um processo de normalidade democrática, apontando o caráter abertamente político da prisão ilegal do ex-presidente.