Duque assume presidência, a paz na Colômbia estremece

Iván Duque, novo presidente da Colômbia, assumiu na terça-feira (7) a presidência do país. Não tardou em pronunciar suas promessas de fazer "corretivos" no acordo de paz assinado em 2016 com as FARC, hoje partido político

Iván Duque - Divulgação

O acordo que Duque pretende alterar não é ideal, mas apresentou um importante avanço pela paz na Colômbia, país em que lideranças camponesas são assassinadas sem direito a investigações; permitiu que a Farc se tornasse um partido político, além de prever a refórma agrágria. 

O novo presidente não tem a intenção de aprofundar o acordo, mas sim de impedir que o documento confira o que ele próprio chama de "impunidade" aos ex-guerrilheiros. Como comentou um analista colombiano: “quem na história do mundo deixa de ser guerrilheiro e assina um acordo para ir preso? Que mensagem tem uma proposta assim para o Exército de Libertação Nacional em meio a um processos de negociação da paz?”.

Após os Acordos de Paz, as ações bélicas na Colômbia têm diminuído, embora continuem os assassinatos seletivos contra lideranças camponesas e sociais que protagonizam a oposição local ao feudalismo proprietário/latifundiário, aos megaprojetos extrativistas e de infraestrutura; além disso, o país latino-americano continua a ser o principal fornecedor de drogas do mercado norte-americano.