Solidariedade: Manuela visita ativistas em greve de fome em Brasília

A candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, realizou visita de solidariedade aos seis grevistas de fome que estão há quatro dias sem se alimentar nesta sexta-feira (3). Em fala aos militantes, a comunista defendeu uma ampla pauta de reivindicações baseadas no respeito à constituição e na defesa da Democracia.

Por Marcos Corbari

Manuela visita grevistas de fome em Brasilia - Adilvane Spezia

Instalados em uma sala do Centro Cultural Brasília (CCB), os grevistas fizeram questão de debater os problemas do país, em especial o assunto que tem pautado o debate no campo progressista nos últimos dias: a possibilidade de uma candidatura unitária dos partidos de esquerda já no primeiro turno da eleição.

"[Vocês] sabem o esforço que meu partido tem feito para viabilizar a unidade, fazer a discussão com todas as siglas do nosso campo", relembrou Manuela, que no dia anterior já havia declarado que ficaria feliz em abrir mão de sua candidatura se fosse em nome da unidade. Para a candidata, as ruas e movimentos sociais já perceberam que é preciso estar unidos para vencer as eleições. “Temos a obrigação com nosso povo de fazer todo esforço necessário para viabilizar essa possibilidade”, afirmou.

Segundo Manuela, a confirmação ou não de um projeto comum em torno de uma candidatura conjunta deve estar confirmado ou descartado em, no máximo, 48 horas. “A batalha é longa e o povo brasileiro precisa que a gente vença essas eleições para devolver a esperança de dias melhores, de mais justiça, de respeito efetivo à constituição e de garantias democráticas”, acrescentou.

Para o grevista Frei Sérgio Görgen, os partidos precisam olhar para o povo e respeitar a unidade que se construiu a partir das bases: “o povo é sempre muito sábio e as estruturas partidárias têm muito a aprender com ele; não podem se desvincular, precisam compreender que essa unidade a partir do povo pode ser o sinal de um novo fazer político. Os grevistas agradeceram a visita da hoje deputada estadual no Rio Grande do Sul, e irmanaram-se em um gesto simbólico de mãos dadas enquanto a Caravana Nacional de Luta Camponesa Clodomir de Morais interpretava a canção 'Vamos lá', que no refrão traz um chamado à luta e esperança: dias melhores virão, tenha certeza pode acreditar… nem caridade, nem vingança, é luta popular!”.

Sobre o ato extremo protagonizado pelos militantes sociais do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Central dos Movimentos Populares (CMP), a presidenciável reafirmou o respeito e destacou a importância que mais vozes se ergam em contrariedade ao cenário de ataques constantes que os trabalhadores e trabalhadoras vem enfrentando desde o golpe, culminando com o ataque à própria Constituição executado através do Poder Judiciário.

“A gente está nessa luta juntos, neste momento de tanta gravidade, com consequências tão velozes que desencadeiam na destruição do país”, disse.

Para Manuela o cenário atual é muito pior do que o ocorrido durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e até mesmo diante do comparativo com os tempos de ditadura militar. “A situação é tão grave que a gente não dá nem conta de denunciar de tanto que eles destroem e tão rápido que agem, levando o desemprego a nível estratosférico, e para enfrentar isso a luta dos movimentos sociais é imprescindível”, concluiu.

Na saída, Manuela levou consigo o manifesto em que os grevistas apresentam sua pauta e deixou o compromisso de acompanhar o ato e ampliar a mensagem de resistência protagonizada pelos grevistas de fome.


Confira a entrevista de Manuela: