Agenda dos trabalhadores é caminho para país crescer e gerar emprego

Em entrevista ao Portal Vermelho a diretora-executiva do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Patricia Pelatieri, afirmou que a Agenda Prioritária da Classe trabalhadora, lançada em junho, traz propostas para a virada sócio-econômica que o Brasil precisa neste momento. 

Por Railídia Carvalho

centrais sindicais unificadas e mobilizados para o dia 10 de agosto de 2018 Dia Do Basta - Railídia Carvalho

Ela participou nesta quarta-feira (25) da reunião do Fórum das Centrais Sindicais que se prepara para os protestos programados para o dia 10 de agosto: O Dia Do Basta. Clique AQUI para acessar a Agenda Prioritária.   

Segundo Patricia, o governo de Michel Temer tem “total e absoluta” responsabilidade pela crise que, entre outros efeitos, precarizou as condições de trabalho do brasileiro. “A crise não é uma crise natural mas resultante das opções de política macroeconômica feitas no último período como política monetária, fiscal, Pecs de limitação de gastos que paralisaram investimento. Foram escolhas feitas pelo governo e pelo grupo de empresários que o sustenta”, completou.

Em um esforço unitário, sete centrais sindicais brasileiras reuniram na Agenda da Classe Trabalhadora 22 propostas em que defendem caminhos emergenciais e também soluções estruturais. A agenda é orientada “pelo combate a todas as formas de desigualdade, pela promoção do emprego de qualidade, pela liberdade, democracia, soberania nacional e justiça social”, diz a apresentação do documento.

Patricia lembrou que a Agenda tenta responder às necessidades do trabalhador mas sem se resumir apenas à propostas emergenciais. “O documento traz várias soluções estruturais que não são de efeito imediato e por isso, enquanto essas soluções estão sendo implementadas, e preciso dar solução imediata para quem está passando fome. As frentes de trabalho, que são uma das propostas, entram para amenizar o momento de sofrimento dos trabalhadores para poder aguardar essa retomada do crescimento”, explicou.

De acordo com ela, o dia de paralisações e protestos no dia 10 de agosto tem como centro a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora. “Esse dia tem esse espírito de dialogar com o trabalhador”. Patrícia confirmou que na visão das centrais o clima para os protestos do dia 10 é favorável.

“Os dirigentes relataram que a adesão está grande. As entidades tem realizado plenárias por categoria, por região. Estiveram presentes no encontro representantes de condutores, rodoviários, metroviários e aeroportuários, que realizarão uma assembleia no dia 2 de agosto para avaliar a intensidade das paralisações. Cerca de 100 dirigentes sindicais estiveram presentes representando todas as sete centrais sindicais”, contou Patrícia.

Desde o lançamento, a Agenda Prioritária tem sido divulgada entre os pré-candidatos à presidência da República, foi entregue aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e tem sido popularizada junto aos trabalhadores. No dia 10 de agosto as centrais sindicais querem dar visibilidade a essas 22 propostas que atrelam o desenvolvimento ao trabalho gerando qualidade de vida para todos. Os trabalhadores vêem nas eleições a oportunidade de o país retomar o crescimento em bases diferente das atuais.

O Dia do Basta tem como bandeiras o combate ao desemprego, a defesa da Previdência Social e a denúncia do aumento abusivo do gás de cozinha.