Cuba aprova nova Constituição que agora segue para consulta popular

O Parlamento de Cuba aprovou deste domingo (22) por unanimidade o projeto de Constituição, que estava em discussão desde a última sexta (20). O texto será submetido a uma consulta popular entre os dias 13 de agosto e 15 de novembro, período em que a população poderá opinar sobre a nova Carta Magna. Após esse período, ele será votado em referendo.

Assembleia do Poder Popular - Irene Pérez/ Cubadebate

“Esta discussão tem um grande valor, que ajuda a introduzir o nosso povo no debate que temos que levar a cabo nos próximos meses”, disse o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, Esteban Lazo Hernández.

O texto aprovado neste domingo ratifica o caráter socialista de Cuba e reconhece mudanças na estrutura do Estado, com a criação dos cargos de presidente, vice-presidente da República e primeiro-ministro, no lugar do atual presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros.
Além disso, propõe ampliar os direitos das pessoas, com questões como as garantias do devido processo, o habeas corpus, a presunção de inocência e a reinserção social dos privados de liberdade.

O texto também reconhece várias formas de propriedade, tais como a socialista, de todo o povo; a mista; e a privada. Ainda se apresentam mudanças no casamento, definindo-o como a união entre duas pessoas, ao contrário da Carta Maga vigente, que o determina como a união voluntária entre um homem e uma mulher.

O presidente do país, Miguel Díaz-Canel, fez um discurso ao final da sessão que discutiu o rascunho da nova Constituição, no qual afirmou que a reforma busca atualizar a Carta Magna “para que a institucionalidade se fortaleça”. “Foi muito útil e proveitoso o estudo prévio do debate, um debate apaixonado, comprometido, crítico, patriótico e colaborativo, centrado no humanismo de Fidel e Raúl”, afirmou.

Segundo Díaz-Canel, o projeto “contribuirá, após a consulta popular e o referendo, para fortalecer a unidade dos cubanos em torno da Revolução.”

“Nos próximos dias, começará a preparação dos companheiros selecionados em cada uma das províncias para levar adiante o processo de consulta popular. Este exercício, de participação direta do povo, adquire a maior relevância política e será um reflexo a mais de que a Revolução se sustenta na mais genuína democracia. Cada cubano poderá expressar livremente suas opiniões e contribuir para se alcançar um texto constitucional que reflita o hoje e o futuro da pátria”, afirmou Díaz-Canel.