Argentina registra 73 mil demissões durante governo Macri

De acordo com um estudo feito pelo Observatório de Comércio Exterior, Produção e Emprego (Cepe) da Argentina, mais de 73 mil pessoas já foram demitidas nestes três anos de governo do presidente Maurício Macri. A coordenadora do instituto, Paula Español, advertiu que o desemprego afeta em cheio a atividade econômica do país.

Protestos contra onda de demissões na Argentina - Divulgação

A Cepe detalhou que desde novembro de 2015 até abril de 2018 foram registradas demissões massivas e sem justificativa dos trabalhadores da indústria têxtil, de calçados e couro, o que afeta diretamente a produção e a economia do país.

“As metas, em matéria de déficit, são exigentes e terão um impacto negativo sobre a atividade e, em particular, sobre a indústria, ainda nos momentos de recuperação econômica”, explicou Paula.
Por sua vez, o representante do sindicato dos Calçados, Agustín Amicone, explicou que as demissões atingiram trabalhadores de todos os setores, desde os cargos mais formais, até o setor braçal.

A maioria dos trabalhadores demitidos foram removidos de seus postos através de demissões diretas ou indiretas, muitas vezes injustificadas. “Em dois anos perdemos 7 mil postos de trabalho, entre demissões diretas e pedidos voluntários forçados. O aumento das importações nos matou. E a única forma de um país seguir adiante é crescendo”, criticou o dirigente sindical.

Desempregos e perdas na indústria nacional

O setor têxtil é um dos mais afetados com 24.550 trabalhadores demitidos, sem contar os 258 funcionários do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial demitidos em abril e os 357 jornalistas despedidos da agência estatal de notícias Telám há uma semana.

A indústria manufatureira registrou um declive de 31,6% dos empregos; os empregos formais sofreram queda de 17,3% e o setor têxtil foi afetado em 10,055.