Após Lava Jato, empreiteiras perdem R$55 bilhões e demitem 200 mil

As seis maiores empreiteiras brasileiras tiveram queda de R$ 55 bilhões no faturamento, desde 2015, quando a Operação Lava Jato atingiu em cheio o setor. Ao invés de apenas punir executivos e donos das companhias envolvidas em escândalos de corrupção, a força-tarefa não poupou as empresas, com repercussões para a economia e, especialmente, para os trabalhadores.

Odebrecht - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

De acordo com um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e Constran tiveram suas receitas reduzidas de R$ 77 bilhões para R$ 22 bilhões, em três anos. Nesse período, também promoverem corte de 200 mil empregos.

“De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), toda a indústria da construção perdeu 500 mil postos de trabalho no período. Com essa nova estrutura e num cenário econômico de escassez de obras, cada empreiteira tem adotado uma estratégia para se recuperar”, diz o jornal.

Segundo o texto, algumas empreiteiras criaram novas empresas, para se desvincular dos escândalos, outras apostam em descontos elevados para vencer licitações e renovar a carteira de obras e há algumas a apostar no mercado internacional. O resultado das novas estratégias, contudo, ainda não é o esperado.

Muitas tiveram que batalhar para resolver pendências jurídicas e financeiras, deixando de lado a carteira de obras. “Sem dinheiro em caixa, as empreiteiras tiveram de correr atrás de crédito novo para cobrir empréstimos – e para capital de giro – que estavam vencendo. Por causa dos crimes cometidos na Lava Jato, o crédito para essas empresas praticamente secou”