Cresce a perseguição a ativistas sociais na Colômbia

Só no último mês, entre 1 de junho e 3 de julho, foram assassinados 19 líderes comunitários, dirigentes sociais, ativistas, camponeses e indígenas na Colômbia. Ao longo do ano, mais de cem líderes já foram assassinados e o Estado não dá resposta para estes crimes.

Violência na Colômbia - Efe

Recentemente aconteceram as eleições presidenciais da Colômbia e o candidato eleito foi o conservador Iván Duque, que ao longo de sua campanha ameaçou ‘estraçalhar’ o acordo de paz do governo com as Farc. Agora, diante deste quatro grave de perseguição aos movimentos sociais, o atual ministro do Interior, Guillermo Rivera, pede que a próxima gestão dê atenção a estes casos e trabalhe para “frear os homicídios” de dirigentes políticos.

“Creio que a prioridade do próximo governo é o fenômeno de assassinatos de lideres sociais”, afirmou Rivera durante uma reunião de transição de governo realizada nesta semana.

Para o ministro, o próximo governo deve prestar muita atenção neste quadro e priorizar as áreas onde a violência está mais acentuada, como Cauca, Atioquia, Nariño e Norte de Santander.

O acordo de paz do governo com as Farc (antiga guerrilha agora convertia em partido político) foi assinado em 2016, desde então, a guerrilha está desarmada, desmobilizada e se integrando à vida civil. O problema é que o outro lado não está cumprindo com a sua parte do acordo: cabe ao Estado colombiano dar proteção e garantir a segurança dos dirigentes sociais, e está claro que isso não vem acontecendo.

Muitas regiões antes dominadas pela guerrilha, hoje estão sem proteção e o crime organizado não foi desmobilizado, então estas áreas se tornaram alvos fáceis para a perseguição política e ameaças.

O governo do atual presidente Juan Manuel Santos, se empenhou para conquistar o diálogo de paz e ainda assim não deu conta de reduzir a violência política no país. Com o Duque no poder, os ativistas sociais parecem estar ainda mais expostos.