Suspensão de venda de refinarias mostra resistência da sociedade

O governo federal anunciou nesta terça-feira (3) a suspensão da venda de quatro refinarias da Petrobras. A decisão do governo é motivada pela liminar do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que submete a privatização de estatais a aprovação pelo Congresso Nacional. “É uma notícia alvissareira”, declarou Divanilton Pereira, da direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e presidente em exercício da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Na opinião do dirigente, o resultado “expressa a resistência, as lutas populares da sociedade como um todo que levou um ministro do Supremo a tomar essa decisão”. As refinarias na mira do governo de Michel Temer são Landulpho Alves, na Bahia; Abreu e Lima,em Pernambuco; Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul; e Presidente Getúlio Vargas, no Paraná. Segundo a FUP, o pacote de ativos colocado à venda por Temer representa 40% de toda a capacidade de refino do país.

Divanilton afirmou que o objetivo do governo é transferir soberania ao entregar o patrimônio brasileiro para outros países. “Com a venda desses ativos a Petrobras está transferindo para outros países a possibilidade de países titulares dessas reservas refinarem nos próprios países, gerar valor agregado nas cadeias produtivas fora do país, gerando emprego em outros países deixando para o Brasil apenas serviços secundários”, explicou.

O ministro do STF concedeu a liminar a pedido da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Além dos ativos da Petrobras, a liminar de Lewandovwski atinge a venda das distribuidoras da Eletrobras. O ministro convocou audiência pública para debater a privatização das estatais.