Fraudes e assassinatos marcam maior eleição do México

As eleições gerais realizadas neste domingo (1) no México foram a maior da história do país, mais de 89 milhões de eleitores foram às urnas eleger o presidente, parlamentares, governadores e outros cargos de instâncias municipais para o período de 3 e 6 anos. Porém, a violência e as denúncias de fraude marcaram o processo.

Eleições no México - Reuters

Logo que as mesas de votação foram fechadas, às 18 horas (horário local – 20 horas, horário de Brasília), o conselheiro do Instituto Nacional Eleitoral (INE), Enrique Andrade, afirmou que a participação foi inédita: “muito maior que em 2012”.

Com cédulas de papel, a contagem será longa. O Instituto estima que só às 8 horas (horário local) de segunda-feira estarão contabilizadas 80% das urnas. Até lá, saem resultados parciais com 12% da apuração a partir das 23h (1h de Brasília), com 55% às 3h e 65% às 6h.

O processo foi marcado por inúmeras denúncias de fraudes, compras de votos e manipulação de listas. Mais de mil casos chegaram ao INE. Em alguns locais as cédulas acabaram antes do esperado, outros demoraram mais que o previsto para abrir as mesas de votação.

O governo da Cidade do México afirmou que não houve obstáculo para a jornada eleitoral por atos ilícitos. No entanto, dirigentes partidários afirmaram que em seis estados houveram denúncias de agressões armadas e ameaças.

A Procuradoria de Delitos Eleitorais informou que na manhã deste domingo já haviam sido apresentadas 1.106 denúncias de fraudes eleitorais.

Quatro candidatos disputaram a presidência: Andrés Manuel López Obrador (Coalizão Juntos Faremos História), José Antonio Maede (Coalizão Todos por México), Ricardo Anaya (Coalizão Por México a Frente) e Jaime Heliodoro Rodríguez Calderón), candidato independente.

Assassinatos e confrontos

Neste domingo (1) foi assassinada Flora Reséndiz, militante do Partido do Trabalho (PT), legenda de esquerda que integra a coalizão de López Obrador, o favorito para a presidência. Ela foi morta a tiros por volta das 6 horas da manhã quando saía de casa para votar, no município de Contepec, estado de Michoacán.

Já no sábado (30), outros quatro militantes do PDR foram assassinados, também a tiros, na cidade de Donato Guerra. E na sexta-feira (29), um confronto entre membros do PRI e do PDR deixou três mortos e dois feridos.

Até este domingo haviam sido contabilizados 140 assassinatos de dirigentes políticos apenas durante a campanha eleitoral, destes, 48 eram candidatos.