Para ministro de Temer, greve dos caminhoneiros foi a 'pior do governo'

De acordo com ministros não identificados, o governo de Michel Temer considera que os efeitos da greve dos caminhoneiros continuam a causar danos e o impacto foi maior que as denúncias apresentadas contra ele pelo Supremo Tribunal Federal.

Michel Temer - Lula Marques

Segundo um ministro de Temer, a greve dos caminhoneiros, que paralisou o país durante 10 dias, foi a "pior do governo". A avaliação catastrófica foi publicada no jornal Valor Econômico desta segunda-feira (18), em que a fonte disse que a greve deixou os seus auxiliares em pânico e integrantes do governo, em alguns momentos, mostraram-se "afobados".

Apesar da análise e de amargar um índice recorde de rejeição (82% de reprovação), o grupo diz que não vê sinais de "fim de governo" e que ainda tem esperança de reverter alguns pontos com a aprovação de projetos pelo Congresso. A avaliação interna é de que "o pior já passou".

O foco do governo é garantir na próxima semana, a conclusão das votações dos projetos de cessão onerosa e do cadastro positivo na Câmara.

Diz a fonte ministerial do Valor, que Temer retomou a interlocução com o Congresso por meio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Afirma que o distanciamento que Maia impôs ao governo desde a votação da primeira denúncia apresentada pelo STF na Câmara, já não persiste.

"Para evitar desentendimentos com o "dono da pauta", (de votações) Temer tem preferido ele mesmo telefonar diretamente para Maia, que tem respondido com o esforço de impulsionar as matérias relevantes para a economia na Câmara", diz outro trecho da matéria do Valor.

Maia, no entanto, tem deixado claro que discorda da forma que o governo tenta impor seu projetos na Câmara. Um dos pontos de divergência foi a proposta de reforma da previdência e, agora, a insatisfação é com a proposta que permite a venda das distribuidoras da Eletrobras.

Enquanto tenta se manter até o fim do governo, que encerra em seis meses, a impopularidade afeta diretamente a campanha do seu candidato ao Planalto, Henrique Meirelles (MDB), que não decola.

Auxiliares de Temer já falam em trocar o candidato pelo ex-ministro da Defesa e da Justiça, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e integrante do Conselho de Administração do BTG Pactual.