Temer oficializa general como ministro da Defesa

Decreto assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (13) efetiva o general Joaquim Silva e Luna no cargo de ministro da Defesa. Desde fevereiro, ele vinha respondendo pela pasta interinamente. A decisão de oferecer poderes de governo a um militargerou críticas desde o início e a mídia chegou a noticiar que, diante do desconforto generalizado, o Planalto buscava outro nome para o cargo, o que não se concretizou.

Temer e Silva e Luna - Marcos Corrêa/PR

As reclamações vieram porque, general de Exército, Luna é o primeiro militar a comandar o ministério desde que ele foi criado, em 1999, para reforçar a articulação entre as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e da Defesa com outras áreas do Estado, estabelecendo políticas públicas como a Estratégia Nacional de Defesa. 

Assim que Luna assumiu interinamente, a deputada federal Jandira Feghali chegou apontar que ter um militar no posto quebrava o simbolismo da pasta e poderia gerar desequilíbrio entre as Forças Armadas.

“Considero um grande retrocesso um general ir para a pasta da Defesa Nacional. O ministério foi criado exatamente para ter um civil, demarcando a redemocratização e compondo com os comandantes das três Forças dentro da política geral de defesa e estratégia nacional. Além de romper este simbolismo, a decisão deste governo submete a Marinha e a Aeronáutica ao Exército, estabelecendo um desequilíbrio inexplicável”, disse, à época.

Matéria do Jornal GGN lembra que não é o primeiro gesto de Temer em realção aos militares. Ele vem concedendo cargos importantes a membros das Forças Armadas, desde que nas mãos do general Sérgio Etchegoyen o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), até chegar a toda cúpula da intervenção na segurança do Rio de Janeiro, incluindo não só o general Walter Netto, como também o general Mauro Sinott na chefia do gabinete de intervenção e o general Richard Nunes, como secretário de Segurança.

De lá para cá, Temer também deixou a Secretaria Nacional de Segurança Pública nas mãos do general do Exército Carlos Alberto Santos Cruz, e o general Franklimberg Ribeiro Freitas, ex-presidente da Funai, por nomeação do emedebista, além de inúmeros cargos de segundo escalão, como o general Roberto Severo Ramos na chefia de gabinete da própria Casa Civil.
 
Agora, este time é ampliado com a efetivação de Luna na Defesa. O general havia deixado o cargo de secretário-geral da pasta para assumir interinamente o comando do ministério, no início do ano, em substituição a Raul Jungmann, que o Palácio do Planalto transferiu para comandar o novo Ministério Extraordinária da Segurança Pública.